Thiago Dantas deve trocar, a partir de janeiro de 2025, o comando da Secretaria Municipal da Educação (Smed) pela titularidade da Secretaria Municipal da Fazenda (Sefaz). Técnico de confiança do grupo político que governa Salvador, ele vai substituir a atual secretária Giovanna Victer, que deve deixar a capital baiana para tocar outros planos profissionais e acadêmicos.
Procurador do município desde 2011, Dantas já passou pela Sefaz, onde chefiou a representação da Procuradoria na pasta até o dia 1º de janeiro de 2017, quando foi convocado pelo então prefeito ACM Neto (União Brasil) para ser o titular da Secretaria Municipal de Gestão (Semge).
Na Semge, Thiago Dantas teve uma passagem marcante. Discreto no dia a dia, mas com o apoio da sociável subsecretária Isabela Loureiro, ele conseguiu organizar a pasta e entregar os resultados desejados pela gestão municipal.
Seu desempenho acabou o qualificando para seguir no comando da Semge a partir de 2021, quando Bruno Reis (União Brasil) assumiu a prefeitura. Com o bom andamento de seu trabalho técnico à frente da pasta, ele acabou sendo deslocado, em janeiro de 2023, para uma pasta considerada fundamental para a gestão municipal: a Smed.
Entretanto, na avaliação de fontes do Portal A TARDE, o caráter político da Educação não foi bem assimilado por Thiago Dantas, que sofreu diversas críticas de vereadores da base de Bruno Reis. Segundo esses parlamentares, o secretário não recebia os aliados e nem atendia às solicitações que eram feitas. Nem a desenvoltura de Isabela Loureiro foi suficiente para aplacar a insatisfação política.
Terminado o processo eleitoral, iniciou-se um processo de fritura do secretário promovido por vereadores da base junto ao prefeito Bruno Reis. Apoiada por Thiago durante a campanha, apenas Roberta Caires (PDT) saiu em defesa do titular da Smed.
Com essa movimentação, o PSDB passou a requerer a Bruno Reis o retorno ao comando da Smed, o que já teria tido a sinalização positiva do prefeito de Salvador. O indicado será o tucano Rodrigo Alves, hoje secretário municipal de Gestão. No lugar dele, um novo quadro técnico deve ser escolhido.
Dama de Ferro
A volta do PSDB à Smed teria como consequência natural o retorno de Thiago Dantas para a Semge. Porém, a experiência dele como procurador o qualificou para ser a solução de Bruno Reis a um problema que se avizinhava na Sefaz: a saída de Giovanna Victer.
Comparada à ex-primeira-ministra inglesa Margaret Tatcher, Giovanna fez uma gestão marcante na Sefaz, com garantia de recursos para investimentos na cidade, mas com diversas reclamações de servidores municipais acerca do relacionamento no dia a dia da pasta. Para Bruno Reis, sempre valeu a primeira característica, o que a manteve na titularidade das finanças de Salvador mesmo sob muita pressão dos críticos.
Apesar da saída de Victer ser dada como certa, ainda não se sabe exatamente o futuro da economista. Com a volta de Rodrigo Neves (PDT) à prefeitura de Niterói-RJ, especulou-se que ela pode retornar à Sefaz niteroiense, onde seu trabalho foi reconhecido nacionalmente.
Por outro lado, em terras fluminenses, a “dama de ferro” — como é chamada — enfrenta problemas no Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), que apura a responsabilidade dela em um rombo de R$ 2.797.463,77 nos cofres de Niterói, na execução de contratos de tecnologia da informação entre 2013 e 2019. Por isso, ventila-se que a saída de Victer possa ter relação com outros planos profissionais e acadêmicos que estariam à vista em Brasília.