O Ministério da Saúde vai deixar de divulgar de forma diária os dados sobre a Covid-19 no Brasil. A interrupção será feita no dia 3 de março. A partir do dia 7, as estatísticas passarão a ser publicadas semanalmente. O boletim traz informações como os casos, óbitos e a vacinação contra a doença.
Segundo a pasta, o novo formato de divulgação dos dados se faz necessário para dar um cenário mais real da situação da Covid pelo país. Isso porque:
Somente nove estados atualizam os dados diariamente;
Outros 18 estados não informam casos e óbitos pela doença nos finais de semana;
Desses, três reportam as informações apenas uma vez por semana.
Para fazer o boletim nacional, o ministério depende dos dados informados pelos estados e Distrito Federal, que abastecem dois sistemas da pasta: o Sivep-Gripe e o eSUS Notifica.
“Os dados informados diariamente não permitem análise epidemiológicas, conforme solicitado pela sociedade e órgãos de controle”, afirma o ministério.
A mudança foi apresentada nesta quinta-feira (16) pelo diretor de Imunizações do Ministério da Saúde, Éder Gatti, na reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT) – a proposta foi aprovada e pactuada por representantes do governo federal, dos estados e dos municípios.
Até então, o Ministério da Saúde publicava os dados da Covid todos os dias, com boletins enviados para a imprensa e também com atualização em painéis no site da pasta.
Confira como fica a partir de agora:
A divulgação das estatísticas passa a ser semanal;
Os dados diários serão interrompidos no dia 3 de março;
Estados e DF devem enviar as informações nos sistemas nas segundas e terças-feiras;
A publicação semanal dos dados da Covid nos painéis do ministério começa a partir do dia 7 de março.
Na gestão Bolsonaro, governo parou de divulgar dados
Em junho de 2020, no primeiro ano da pandemia, o governo federal, sob gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), restringiu a divulgação dos dados sobre o coronavírus no país.
O Ministério da Saúde deixou de informar por um período o total de mortes e o total de casos confirmados da doença, passando a divulgar apenas os números registrados nas últimas 24 horas, o que não dava um panorama real da evolução da doença.
A mudança gerou críticas de autoridades e especialistas. Menos de cinco dias depois, o governo voltou a divulgar os números acumulados de infectados e de mortes após uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). Na época, o ministro da Saúde era o general Eduardo Pazuello que, atualmente, é deputado federal.