A secretária da Saúde do Estado da Bahia, Roberta Santana, afirmou que é inaceitável que o candidato a prefeito José Ronaldo (UB), da Coligação “O Amor Sempre Vence”, juntamente com o atual prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins, tente distorcer a realidade dos fatos em suas declarações públicas e programas eleitorais sobre a situação da saúde no município. De acordo com a secretária, ambas as gestões negligenciaram suas responsabilidades, sobrecarregando o Governo do Estado, que tem assumido o atendimento da maior parte dos pacientes da cidade.
“Zé Ronaldo e Colbert Martins tentam distorcer os fatos. Feira de Santana recebe mais de R$ 115 milhões por ano do Ministério da Saúde para ações de média e alta complexidade, mas o município não tem sequer um hospital municipal. A única estrutura disponível, uma maternidade construída há mais de 30 anos, é incapaz de atender à crescente demanda. Quando os casos são graves, eles são direcionados para unidades estaduais, como o Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) ou a UPA estadual”, explicou Roberta Santana.
A secretária também apontou falhas graves na gestão da saúde básica. “Os índices de saúde primária em Feira de Santana são alarmantes. 72% das gestantes da cidade tiveram menos de seis consultas de pré-natal, colocando em risco a vida de mães e bebês. Além disso, nenhuma das principais vacinas do calendário alcança a meta de 95% de cobertura, o que demonstra a incapacidade da gestão municipal de proteger a população contra doenças preveníveis”, afirmou.
Roberta Santana destacou ainda a dependência excessiva do município em relação aos serviços estaduais: “100% dos pacientes que necessitam de internação hospitalar de alta complexidade são atendidos pelo Governo do Estado, sendo mais de 73% dos pacientes de Feira de Santana acolhidos em unidades estaduais ou hospitais contratados pelo Estado no próprio município”, afirmou a secretária, ressaltando o impacto dessa sobrecarga sobre o sistema estadual de saúde.
Outro ponto preocupante, segundo a secretária, é o número elevado de pacientes regulados pelo Governo do Estado. “O Estado foi obrigado a regular 4.756 pacientes provenientes de unidades municipais, sendo que a maioria apresentava problemas simples que poderiam ser resolvidos na atenção básica, mas acabaram se agravando. Isso mostra a falência da rede municipal de saúde”, alertou Roberta.
A situação se complica ainda mais com a inadimplência da prefeitura no Consórcio Público Interfederativo de Saúde, que administra a Policlínica Regional. Em 2024, a prefeitura não realizou qualquer pagamento, acumulando uma dívida de R$ 877 mil, o que pode comprometer o funcionamento de um serviço essencial para a população.
A comparação com outros municípios baianos deixa clara a ineficiência da gestão em Feira de Santana. Itabuna, que tem um terço da população de Feira, possui um hospital municipal e faz a gestão adequada dos recursos. Itabuna recebe R$ 140 milhões do Ministério da Saúde, enquanto Feira de Santana, com R$ 115 milhões, não cumpre com o básico para sua população.