A neta do ex-guerrilheiro da ditadura militar Carlos Marighella, Maria Marighella, assumiu a presidência da Funarte (Fundação Nacional de Artes), órgão que incentiva produções artísticas no país. A nomeação foi publicada hoje no Diário Oficial da União.
Ela foi escolhida pela ministra da Cultura, Margareth Menezes, no mês passado. “É uma grande responsabilidade ser a primeira mulher nordestina a ocupar esta presidência. Refundaremos também a Funarte com a força da cultura de todo o Brasil”, publicou Maria nas redes sociais.
Atriz, produtora cultural e ex-vereadora de Salvador, Maria Marighella já foi coordenadora de teatro da Funarte. Ela foi exonerada em 2016, depois do afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, ao menos sete homens passaram pela chefia da Funarte.
Entre eles, o maestro Dante Mantovani, criticado por um vídeo que ele publicou em 2019 em que diz que “o rock ativa a droga, que ativa o sexo, que ativa a indústria do aborto, que, por sua vez, alimenta uma coisa muito mais pesada, que é o satanismo”.
Carlos Marighella foi considerado o inimigo número um da ditadura militar. Baiano e militante comunista, foi deputado constituinte e fundou o grupo armado de combate à ditadura Ação Libertadora Nacional. Foi morto por agentes do Dops (Departamento de Ordem Política e Social) em 1969.