O vereador Jorge Araújo (PP) demonstrou insatisfação, na manhã desta quarta-feira, 12, com o presidente municipal de seu partido, o secretário de Governo de Salvador, Cacá Leão (PP).
Araújo, edil mais votado de Salvador, assumiu estar incomodado, já que havia um acordo feito com Cacá, para que um dos vereadores do PP assumisse uma secretaria municipal, possibilitando que o primeiro suplente assumisse uma cadeira na Câmara.
O descumprimento deste acordo tem gerado indignação na bancada de vereadores do PP. Um deles, Sidninho, já ameaçou deixar a legenda caso Cacá Leão não renuncie ao diretório municipal.
“Eu confesso que já estou chateado. Eu gosto de falar e falo mesmo. A gente tem que falar muito sobre isso. Houve uma conversa inicial e eu acho que só o presidente [municipal] do PP, que é Cacá, que é uma pessoa boa, um cara do bem, para conseguir agregar e contornar essa situação. Eu cheguei agora e já recebi essa galinha pulando”, afirmou Araújo, que aproveitou para isentar o prefeito Bruno Reis (União Brasil).
“Há uma insatisfação interna? Há. Uma coisa é o prefeito Bruno Reis, outra coisa é a situação do PP. Ele [Cacá] tem que chamar para si a responsabilidade agora, neste momento, chamar todo mundo para conversar e acabar com isso. Todos aqui somos adultos, sabemos do que foi acordado e aí é ele chamar para si a responsabilidade e se resolver”, continuou o vereador.
Com boa relação com Cacá, Araújo evitou críticas diretas ao correligionário, mas deixou claro que o presidente municipal do PP precisa tomar uma atitude para resolver o impasse com os vereadores.
“Ele [Cacá] sabe se articular. Ele não é menino. Ele não é doido. Ele sabe. Na hora certa, ele vai resolver. Estou até respondendo por ele”, disse.
“O negócio é a gente agregar e saber qual vai ser o formato do governo de Bruno. Essa é a discussão e todo mundo faz a sua parte. Mas, no final, com fé em Deus, em nome de Jesus, essa novela vai acabar”, afirmou o vereador.
Também primeiro suplente do PP para a Câmara dos Deputados, em Brasília, Jorge Araújo rechaçou a possibilidade de se desfiliar do partido, como tem sido anunciado por Sidninho.
“Eu vou para onde? Já estou no PP. É um partido que me abriu as portas já na eleição para deputado federal. Eu sou o primeiro suplente. Existe uma mágoa, sim, porque eu passei despercebido na primeira suplência. Eu ainda sou primeiro suplente”, confessou.
“Todo partido é assim. Internamente, tem insatisfações. Mas eu tenho certeza que, pelo jeito dele, formado na política em Brasília, ele vai resolver isso o mais rápido possível”, minimizou Araújo.
Brasília
O vereador também negou que esteja pensando em assumir o lugar de João Leão em Brasília e declarou ainda não saber se tentará novamente uma vaga de deputado federal em 2026.
“Essa coisa de dizer que João Leão vai sair, não. O coroa está lá, está saudável. Está sem barriga. Eu estou mais barrigudo que ele. Eu não vejo ele sair para alguém assumir. O formato não é esse”, garantiu.
“Eu vou dizer em alto e bom som: não vou assumir mandato tampão de ninguém. Eu vou assumir o meu. Eu sou vereador. Mas, se houver futuramente a possibilidade de eu sair candidato [a deputado federal] e o povo quiser que eu assuma com o voto, aí eu vou. Aí vai ser um mandato nosso. Tampão, não”, prosseguiu o vereador.
Para Jorge Araújo, um motivo que pode fazê-lo decidir não ser candidato em 2026 é justamente os problemas da Câmara dos Vereadores, que precisam ser resolvidos pelos edis em Salvador.
“Essa decisão minha, de ser candidato [a deputado federal] ou não, não vai ser agora. Vai ser lá para frente. E talvez eu fique até aqui, porque é tanto bafafá para se resolver, tanta agonia, que só Jesus na causa”, concluiu.
