A aliança rebelde síria liderada por grupos islamistas anunciou neste domingo (8) que tomou o controle de Damasco em uma ofensiva relâmpago e a queda do regime de Bashar al-Assad, que segundo o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, fugiu do país depois de perder o apoio da Rússia.
Dezenas de pessoas saíram às ruas de Damasco, segundo imagens da AFPTV, para celebrar a queda do regime que era controlado há mais de meio século pela mesma família. Várias pessoas pisotearam uma estátua de Hafez al-Assad, pai de Bashar.
Na praça dos Omeias, o barulho dos tiros em sinal de alegria se misturava com os gritos de “Allahu Akbar” (“Deus é grande”).
“Esperávamos por este dia há muito tempo”, disse Amer Batha por telefone à AFP da praça. “Não posso acreditar que estou vivendo este momento”, acrescentou, sem conter as lágrimas de alegria.
Na televisão pública, os rebeldes anunciaram a queda do “tirano” Bashar al-Assad e a “libertação” de Damasco.
Também afirmaram que libertaram todos os prisioneiros “detidos injustamente” e pediram a proteção das propriedades do Estado sírio “livre”.
Os rebeldes também anunciaram “a fuga” do presidente em uma mensagem no Telegram.
“Assad saiu da Síria pelo Aeroporto Internacional de Damasco antes que os membros das Forças Armadas e de segurança abandonassem o local”, disse à AFP Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio para Direitos Humanos (OSDH), uma ONG com sede no Reino Unido que tem uma ampla rede de fontes dentro da Síria.
A AFP não conseguiu confirmar com fontes oficiais o paradeiro do presidente, que governou a Síria com mão de ferro durante 24 anos.
O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que Assad “fugiu de seu país” depois de perder o apoio da Rússia.
“Assad foi embora. “Seu protetor, Rússia, Rússia, Rússia, liderada por Vladimir Putin, não estava mais interessado em protegê-lo”, escreveu em sua plataforma Truth Social.
A Casa Branca afirmou que o presidente em fim de mandato, Joe Biden, acompanha “com atenção os extraordinários acontecimentos” em curso na Síria.