O delegado da Polícia Federal José Fernando Moraes Chuy foi nomeado para a corregedoria da Abin (Agência Brasileira de Inteligência). A designação está no Diário Oficial da União desta segunda-feira e foi revelada pela Folha.
Chuy será responsável, entre outros, por tocar eventuais procedimentos do caso da “Abin paralela”, estrutura que teria funcionado no governo Jair Bolsonaro para blindar os filhos do ex-presidente, espionar ilegalmente autoridades e atacar a credibilidade do sistema eleitoral.
É função do corregedor a prevenção e apuração de irregularidades no âmbito administrativo.
Chuy substitui a oficial de inteligência Lidiane Souza dos Santos. Ela foi escolhida para o cargo em 2022 pelo ex-diretor da Abin Victor Carneiro, que é aliado do deputado federal e ex-diretor-geral da agência Alexandre Ramagem (PL-RJ), um dos alvos da PF.
O mandato de Lidiane terminou em 31 de agosto e poderia ter sido renovado por mais dois anos.
Chuy foi escalado por Moraes para a chefia da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em maio do ano passado e ficou no cargo até junho deste ano, quando Cármen Lúcia assumiu a presidência do tribunal.
A estrutura no TSE foi usada como um braço investigativo do gabinete do ministro no Supremo no inquérito das fake news, como revelou a Folha.
O ministro e o delegado também trabalharam juntos quando Chuy foi secretário-executivo do Conselho Nacional de Combate à Pirataria, estrutura subordinada ao titular do Ministério da Justiça, que na época era Moraes.
O ministro do STF escreveu ainda a apresentação do livro de Chuy “Operação Hashtag: A primeira condenação de terroristas islâmicos na América Latina”, publicado em 2018.