‘Se voltasse no tempo, não diria nada sobre a pandemia’, diz Bolsonaro

Nos Estados Unidos desde 30 de dezembro, antes da tramisssão de cargo para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), rompendo a tradição de passar a faixa para seu sucessor, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mencionou em entrevista ao Wall Street Journal que caso pudesse fazer algo diferente durante a pandemia de Covid-19 , que não iria dizer nada sobre o assunto, deixando a questão para o Ministério da Saúde. Disse ainda que sua frase de que pessoas que fossem vacinadas virariam jacaré foi apenas uma força de expressão.

Cercado por investigações que analisam tanto sua eventual responsabilidade nos atos violentos quanto a prática de abusos na campanha que podem torná-lo inelegível, conforme a Folha de São Paulo, o ex-presidente disse que está ciente das possíveis consequências de seu retorno ao Brasil, o que incluiria o risco de ser preso. Ele lembrou o caso do ex-presidente Michel Temer (MDB), que foi parar na prisão após deixar o cargo.

O ex-mandatário afirmou, porém que ainda que se vê como o líder nacional da direita e que não há ninguém mais apto no momento a assumir o papel de organizador desse grupo. O ex-presidente indicou que apoiará candidatos conservadores nas eleições municipais do ano que vem e, possivelmente em março voltará ao Brasil para liderar a oposição ao presidente Lula. Segundo ele, o movimento de direita no Brasil está vivo e vai continuar.

Por fim, ao WSJ ele disse que perder faz parte em uma eleição e que não dá para falar em fraude, mas que o processo foi enviesado, o que o jornal descreveu como uma aparente tentativa de moderar as críticas ao sistema eleitoral brasileiro, depois de nunca ter reconhecido abertamente a derrota para Lula.

Bolsonaro também rebateu na entrevista as tentativas de associá-lo aos ataques de 8 de janeiro em Brasília, argumentando que nem sequer estava no Brasil na data e que é inocente.

Minimizando os atos promovidos por apoiadores de sua candidatura, ele sugeriu ser inapropriado falar em tentativa de golpe porque não existiam na ocasião comandantes, tropas e bombas.

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