O governador Jerônimo Rodrigues (PT) despistou sobre uma possível adesão total do PP à sua gestão após as eleições municipais. O chefe do Executivo afirmou nesta segunda-feira, 12, que espera que a sigla volte aos seios do governo federal e optou por não se debruçar sobre o encontro com o deputado federal Mário Negromonte Jr., presidente estadual da legenda, no último dia 25 de julho.
“Eu espero que o PP acene para o presidente Lula (PT), se acenar para Lula, já me ajuda bastante para a gente poder ter uma governabilidade nacional. Aqui na Bahia, eu tenho expectativa de que vamos fazer agora muitos prefeitos filiados ao PP, mas filiados meus”, disse o chefe do Executivo à imprensa.
Nos bastidores, ventila-se que o pleito deste ano é crucial para que a sigla retorne ao guarda-chuva de Jerônimo, apesar da resistência do ex-vice-governador e deputado federal João Leão e o seu filho, o ex-deputado federal Cacá Leão, que atualmente ocupa a secretaria de Governo (Segov) de Bruno Reis (União Brasil). Fontes ligadas ao partido já dão como certa a volta da aliança.
O governador, no entanto, deu a entender que o aval para a união com o PP na Bahia deve passar pelo crivo nacional, sob comando do presidente, o senador Ciro Nogueira (PI), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Não vou me apressar porque eu sei que tem decisões que são nacionais”, frisou Jerônimo,após o anúncio de medidas voltadas para a juventude, em Salvador.
Durante entrevista, o petista ainda ressaltou que, apesar de manter o posto de independência, a sigla caminha junto com a sua gestão na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). O compromisso da legenda com Jerônimo foi firmado após o petista assumir o governo, em janeiro de 2023.
“Aqui, nós temos uma estabilidade na relação na Assembleia. Nós pactuamos isso, assim que eu assumir, os deputados do PP colocaram-se à condição de que os projetos de interesse da Bahia, eles acompanhariam e está sendo feito isso”, afirmou.
Em troca do apoio, o gestor estadual vem recebendo os prefeitos aliados dos progressistas em seu gabinete, assim como mantendo visitas aos municípios, segundo informou o petista.
“Na contrapartida, eu estou fazendo as entregas que nós compactuamos, indo aos municípios com os deputados ao lado, eles tendo direito às falas nos meus ambientes”, contou aos jornalistas.
O PP esteve no arco de alianças do PT entre 2009 e 2022, quando a legenda resolveu romper e migrar para a oposição. O rompimento, entretanto, não aconteceu por completo, já que a maioria dos prefeitos pepistas optou por permanecer ao lado do então governador Rui Costa (PT).