Política precisa refrigerar para não cair no ostracismo

Na política temos os estadistas e os populistas, os primeiros dignos da sua compleição intelectual – homens dotados de conhecimento e retórica, formadores de opinião, letrados, cientistas, cultos, doutos, eruditos, pensadores por sua própria natureza, de uma sabedoria e competentes em razão da sua longa jornada respeitosa e severa no que pertine aos estudos, entretenimento político e social e aprofundamento cognitivo. Os segundos, desbravadores, impulsivos e por vezes pérfidos e aventureiros. Uma espécie de homem público desprovido de capacidade técnica e profissionalismo e que, no sentido estrito, deveriam ser escrupulosos e implacáveis na condução da vida pública.

Mesmo não desejando ofender o mundo político na sua essência, é notório que políticos e fraldas devem ser trocados de tempos em tempos pelo mesmo motivo. Enfim, O fato é que a sapiência política, aqui traduzida como grande acervo de conhecimentos, erudição, ciência, cognição, compreensão, raciocínio, maestria, proficiência, luz, domínio, lustração, sabença, e exaustiva percepção, são princípios basilares de um tecnocrata!

É necessário que o país esteja cônscio de que, uma sociedade evoluída politicamente, prescinde de indivíduos preparados para assumir tal desiderato. Não há espaço para os “aventureiros políticos” – chega, ninguém suporta mais… O nosso mundo clama por responsabilidade e normas rígidas de controle.

A soberania do estado e aqui, refiro-me a compleição dos Poderes da República, – Executivo, Legislativo e Judiciário não podem mais conviver com tamanha inversão de valores. A sociedade clama por homens probos e comprometidos com o social, a boa governança e lógico – princípios morais. É basilar que os nossos estadistas estejam engajados com propósitos coesos, que estejam atentos às diferenças e que, no mínimo, se esforcem a conviver com as mesmas. O homem público, na condição de gestor, deve escancarar o coração e abraçar todo e qualquer indivíduo que pense em desconformidade e divergência. A comunhão de pensamentos deve inicialmente estar pautado no respeito moral, no tão famigerado e esquecido planejamento familiar, na segurança ostensiva, na saúde e educação de qualidade! Mas o que se vê é o interesse individual se sobrepor ao público e um e dia esta conta não irá fechar…

Torna-se imprescindível atentar e perceber que quanto maior a conotação, menor a denotação, haja vista que a primeira exerce um sentido simbólico e figurado, que tem como finalidade despertar sentimentos em quem está recebendo a mensagem. A sociedade de agora, e aqui refiro-me na sua maioria aos jovens, estão engajados em uma linguagem própria, poética ao seu estilo, em letras de músicas, publicidade e conversar cotidianas, muitas vezes destituídas de respeito e nobreza poética. Ok que este seja o “Novo Normal”, mas o que não se pode esquecer é da linguagem honrada, proba, franca, Íntegra e de conduta irrepreensível, que não se corrompa, que seja honesta por normas éticas.

Enfim, não haverá conformidade entre a sociedade civil e os seus representantes políticos se através de um olhar mais aprofundado podemos perceber que não existe diálogo. Portanto, aos representantes do povo, deixo a mensagem de que não há dignidade no ostracismo… O que leva a maioria de vocês a conviverem, infelizmente, com um mandato só.

André Curvello, Advogado e colaborador do Liberdade de Imprensa.

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