Equipes da Polícia Federal que investigam os atos golpistas de 8 de janeiro tentarão detectar qual impressora foi usada para imprimir a “minuta do golpe” – documento encontrado na casa do ex-secretário de Segurança Anderson Torres com um plano para subverter o resultado das eleições.
A origem desse rascunho de decreto golpista é uma das perguntas a serem respondidas pelos investigadores. Anderson Torres, que é ex-ministro de Jair Bolsonaro, chegou a ser preso por suposta omissão no comando da segurança do DF, e segue como investigado em um inquérito.
Fontes com acesso à investigação afirmam que os peritos cogitam usar uma técnica que permite apontar de qual impressora saiu o documento. Se funcionar, a PF conseguirá dizer qual é o modelo do equipamento e onde ele está instalado – e, inclusive, se o documento foi gestado em algum órgão público.
“Há um tipo de exame específico feito em sede de documentoscopia, a partir do bitmap da impressão, que torna possível identificar a impressora de origem do documento”, disse um dos investigadores.
A hipótese de uso desse rastreamento ainda passa por uma avaliação técnica, em razão de uma questão prática: o exame só devolve um resultado preciso se a impressão tiver sido feita em impressoras de médio ou grande porte.
Ou seja, a perícia não retornará um resultado de qualidade se a “minuta do golpe” tiver sido impressa em um equipamento residencial.
Investigação eleitoral
A minuta do decreto golpista também está no centro de uma outra investigação – essa, de fundo eleitoral.
Nesta terça-feira (14), o plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou recurso da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro que queria excluir a “minuta do golpe” de uma investigação contra ele. A decisão do TSE foi unânime.