A Petrobras sinalizou, em reunião recente com integrantes do governo, disposição para mudar seu plano de atendimento à fauna diante de uma eventual emergência na Foz do Amazonas, o que poderia destravar o processo de licenciamento para exploração de petróleo na bacia.
A controvérsia envolvendo o projeto de exploração de petróleo na bacia Foz do Amazonas teve início após o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) negar pedido da petrolífera em maio do ano passado. O órgão manifestou, na ocasião, preocupação com as atividades da petroleira em uma região de vulnerabilidade socioambiental.
Um dos pontos mais sensíveis, segundo técnicos do Ibama, era o plano de atendimento à fauna em uma eventual emergência, como no caso do vazamento de petróleo na região. O poço que a Petrobras queria inicialmente usar para explorar petróleo estaria a 800 quilômetros de distância da base mais próxima da empresa —o socorro em caso de acidente ou pequeno vazamento poderia levar até dois dias, segundo estimativas de integrantes do órgão.
Em reunião realizada em meados de julho, a Petrobras teria indicado que poderia apresentar nova proposta para garantir maior segurança em uma eventual exploração ou posterior a produção de petróleo —se optasse por uma estrutura em Oiapoque, por exemplo, a distância cairia para cerca de 170 quilômetros.
A apresentação do novo plano, no entanto, não significa que o pedido será acatado pelo Ibama, ressaltam os técnicos. Há ainda preocupação com falhas no plano de comunicação social para as comunidades do entorno, onde há muitos indígenas e pescadores artesanais.
Além disso, o Ibama sofre desde o início do ano com paralisações de servidores que têm provocado atraso na análise de pedidos de licenciamento.