Após explosões na praça dos Três Poderes, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, se pronunciou na manhã desta quinta-feira, 14. No discurso, durante uma aula magna no Conselho Nacional do Ministério Público, ele ressaltou que a situação não é um ato isolado.
“O que ocorreu ontem não é um fato isolado do contexto. […] Queira Deus que seja um ato isolado, este ato. Mas o contexto é um contexto que se iniciou lá atrás, quando o famoso gabinete do ódio começou a destilar discurso de ódio contra as instituições, contra o Supremo Tribunal Federal, principalmente. Contra a autonomia do Judiciário, contra os ministros do Supremo e as famílias de cada ministro”, afirmou.
O ministro também defendeu que a pacificação nacional é necessária, mas não será feita com anistia aos criminosos.
“Não podemos ignorar o que ocorreu ontem. E o Ministério Público é uma instituição muito importante, vem fazendo um trabalho muito importante no combate a esse extremismo que lamentavelmente nasceu e cresceu no Brasil em tempos atuais. Nós precisamos continuar combatendo isso”, disse.
“Isso foi se avolumando sob o manto de uma criminosa utilização da liberdade de expressão. Ofender, ameaçar, coagir, em nenhum lugar do mundo isso é liberdade de expressão. Isso é crime”, continuou.
“Isso foi se agigantando e resultou, a partir da tentativa de descrédito das instituições, no 8 de janeiro. E o 8 de janeiro, o que ocorreu, o que vem sendo investigado e denunciado […] O STF já condenou mais de 250 pessoas pelos crimes mais graves”, citou.
Ainda de acordo com Moraes, a Polícia Federal e o Supremo Tribunal Federal devem assumir as investigações – que, inicialmente, ficaram a cargo da Polícia Civil do Distrito Federal. A decisão caberá ao presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso.
Duas explosões na Praça dos Três Poderes deixaram um morto e um carro incendiado na noite desta quarta, 13. O acidente aconteceu no estacionamento do Anexo IV da Câmara dos Deputados, em frente ao STF.
O local foi cercado de policiais e o prédio da Corte foi evacuado devido ao caso. A situação será investigada pela Polícia Civil do Distrito Federal. Até o momento, não há informações sobre a causa da explosão.
A vítima foi Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos. Ele usava o codinome Tiu França nas redes sociais e morava em Rio do Sul (SC). Em 2020, foi candidato a vereador no município pelo PL e já postou fotos no plenário do STF e no interior do Congresso.
As sessões plenárias da Câmara dos Deputados e do Senado Federal foram encerradas logo após as explosões e estão fechadas na manhã desta quinta.