Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelense, fez um pronunciamento nesta quarta-feira (25) em que afirmou que o exército israelense se prepara para uma invasão à Faixa de Gaza por terra.
“Estamos atuando para obter as melhores condições para começar a guerra. Quando entrarmos em Gaza, quando começar a guerra, não haverá nada que nos detenha para chegarmos ao objetivo. Nós temos apenas uma coisa para o Hamas, que é o fogo”, diz.
Netanyahu incentivou, ainda, os cidadãos israelenses a andarem armados e pediu aos civis palestinos para saírem do território.
“Nós pedimos que a população que não está envolvida em Gaza que saia, deixe o campo para nós.”
O primeiro-ministro afirmou que a decisão sobre quando as forças entrariam no enclave palestino bloqueado seria tomada pelo gabinete especial de guerra do governo. Netanyahu não deu mais informações e detalhes sobre a operação.
As Forças Armadas israelenses já tinham afirmado que preparavam um ataque por terra à Faixa de Gaza, mas sem informar uma data. Segundo o comunicado divulgado no dia 14 de outubro, o ataque faria parte de uma “extensa operação” que inclui incursões também por ar e pelo mar.
Até agora, as forças israelenses vêm atacando Gaza por meio de bombardeios – uma opção que o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, costuma preferir, para evitar o custo humano e político.
Faixa de Gaza
O governo de Israel já ocupou a Faixa de Gaza em 1967, mas deixou a região deliberadamente em 2005. Desta vez, Netanyahu não deixou claro tornará Gaza novamente um território ocupado.
Na semana passada, o ministro da Defesa do país detalhou pela primeira vez o plano de Israel para a Faixa de Gaza. Disse que a ocupação não será definitiva e que ocorrerá em três etapas.
A primeira delas, já parcialmente em curso, é de ataques aéreos e a ofensiva por terra.
Em um segundo momento, militares focarão em combater “bolsões de resistência” dentro da Faixa de Gaza.
Na terceira fase, segundo o ministro, as tropas se retirarão e Israel criará “um novo regime de segurança” que trará “uma nova realidade para a segurança dos cidadãos de Israel”.
Após a conclusão da etapa final, Israel “cessaria sua responsabilidade pela Faixa de Gaza para sempre”, disse o ministro. Ele não especificou como funcionará o novo regime de segurança planejado por seu país. Mas disse que o principal objetivo é “destruir o Hamas”.
Oficialmente, Tel Aviv diz estar atrás de integrantes do Hamas – o grupo, além de ter cometido uma série de atentados terroristas a Israel no sábado (7), dando início à guerra recente com Israel, também governa a Faixa de Gaza.
O Hamas tem um braço político que ganhou as últimas eleições na região. A Faixa de Gaza faz parte do território, junto com a Cisjordânia, reivindicado pelos palestinos para a criação de um Estado próprio.