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NASCEMOS COM A INCUMBÊNCIA IRREMEDIÁVEL DE SONHAR…

por Redação

Temos a sobrecarga de sonhar… É nítido que os sonhos mais nobres empoderam e purificam a nossa aura e, obviamente, corações despedaçados, pois provavelmente esta seja das mais forçosas incumbências obsequiadas pelo ser humano – viver entre o romantismo e o pragmatismo. Os sonhos carregam consigo a mais intrigante e intimista alegria de viver, de superar o fardo de um cotidiano assombroso e, muitas vezes repleto de agruras! Deve ser assustador se desvencilhar da plenitude dos devaneios. Antoine de Saint-Exupéry cirúrgico proferiu: “Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos”.

Amedronta em alguns momentos não sonhar, não vislumbrar um mundo perfeito. É imperioso e indeclinável e, próprio do ser humano, o encontro com as idiossincrasias mais absortas. Aos olhos do Poeta Fernando Pessoa, registrou-se que: “Tenho em mim todos os sonhos do mundo” e, afirma que: “Para viajar basta existir”… – Exatamente assim, viajar nas elucubrações e porque não dizer nas incertezas avassaladoras. Mas em dado instante ele vociferava: “O meu passado é tudo quanto não consegui ser. Nem as sensações de momentos idos me são saudosas: o que se sente exige o momento; passado este, há um virar de página e a história continua, mas não o texto”…, O fato é que “Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de realmente nosso, de impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso”…. Eu jamais conseguiria ser quem sou se não fossem as inenarráveis utopias, quimeras e fábulas. Enfim, sou capaz de afirmar, categoricamente, que sou movido a sonhos, obviamente quanto mais direciono o meu foco às minhas decisões, mais facilmente me deparo diante de tudo que almejo! fixando a atenção naquilo que buscamos, mais a certeza do sucesso se aproxima. A clareza de objetivos faz com que o futuro seja pertencente àqueles que acreditam na beleza do seu mundo imaginário.

Questionar o ímpeto, a falta de respostas, as divagações sobre os impulsos desiguais do coração, a fantasiosa magia de viver, sinceramente os extremos chegam a ser poéticos… O próprio medo controla e insiste persuasivamente. Já não há pra onde ir e cada homem é responsável por suas dores e infortúnios. O que nos diferencia é a garra, a própria tenacidade e a avidez. Fugir pra onde, se tudo faz parte do mesmo organismo.

Finalizo lembrando que em Clube da Esquina, Milton Nascimento assim profetizou: “Porque se chamavam homens. Também se chamavam sonhos. E sonhos não envelhecem. Em meio a tantos gases lacrimogêneos. Ficam Calmos, calmos, calmos. E lá se vai. Mais um dia”. E além do exuberante por do sol saboreado nos lascivos encantos profanados do Rio Vermelho, diante dos encantos do mar, os sonhos traçam contornos jamais pensados. Tudo isso é Bahia, encantos e Axé.

Por André Curvello – Advogado e Colaborador do Liberdade de Imprensa.

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