Somos o tempo que nos resta! Não dimensionamos, pormenorizadamente, o que a vida nos reserva, porém com o passar dos dias, provavelmente munidos de intelectualidade e sensibilidade cognitiva, percebemos que só temos o agora e ele está inteiramente diante de nós! Sequer imaginamos ou desejamos supor que, muito em breve, não estaremos mais aqui e que o futuro pode se encerrar amanhã.
O encontro com o nosso mundo interior é imprescindível, não podemos dar as costas para esta realidade tão iminente. Ok, nos achamos imbatíveis, mas a verdade é que somos frágeis e, ainda assim, resilientes aos destemperos que nos afligem. Buscamos tempos de tranquilidade emocional em meio ao caos gerado por cafajestes e déspotas que, a bem pouco tempo, através do toque de recolher, nos impuseram o tão cruel – “Fique em casa”….
Ou seja, fizeram com que, nós, seres humanos, perdêssemos o ímpeto de viver com dignidade. Expurgaram forçosamente a verve e o compromisso com a dignidade individual. Mantiveram a população em cárcere privado, algemaram a sua realização laboral e Infelizmente, o que se observa é uma sociedade, exaustivamente, abalada e destituída de uma bússola que os direcione e facilite avistar terra firme. Triste país! E as mazelas geradas por esta Inexorável constatação tem se perpetrado nos dias de agora!
A chama de viver e a preciosidade do labor foram cerceados impositivamente, fazendo com que boa parte da população tenha se tornado reféns dos desmandos obsequiadas pelo lastimável despreparo político. Aliás nesta seara, os interesses particulares sempre se sobrepuseram ao público – o que é lastimável. Ainda assim, a vida nos impôs determinação e ímpeto de continuar, afinal a lagarta não faz mais do que a obrigação ao querer ser borboleta. O fato é que jamais esqueceremos as barbáries forçosamente impostas sem precedentes e sem que existissem provas materiais que nos tornando reféns – estaríamos a salvo. Inclusive, hoje, as pesquisas científicas mostram o contrário. Fomos tratados como marionetes e esta triste lembrança, infelizmente, se eternizará.
Por André Curvello – Advogado e Colaborador do Liberdade de Imprensa.