O vice-presidente do governo Bolsonaro (PL), Hamilton Mourão (Republicanos-RS), minimizou o plano golpista montado por militares, divulgado pela Polícia Federal, e se referiu a trama como “sem pé nem cabeça”.
“Temos um grupo de militares, pequeno, maioria militares da reserva que, em tese, montou um plano sem pé nem cabeça. Não consigo nem imaginar como uma tentativa de golpe. Importante que as pessoas compreendam que tentativa de golpe tem que ter apoio de parcela expressiva da Força Armada. Ninguém dá golpe no país sem ter a Força Armada, nem que seja para proteger uma mudança constitucional”, disse o senador.
O pronunciamento do congressista aconteceu em seu programa de podcast, chamado de “Bom dia Mourão”, e foi realizado um dia após o indiciamento do ex-presidente e mais 36 integrantes da gestão passada, envolvendo um planejamento para matar o presidente e o seu vice, Lula (PT) e Geraldo Alckmin (PSB), além do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Assim como o ex-mandatário, Mourão também criticou o magistrado na Suprema Corte por ser o relator do caso. “Gostaria de saber qual foi a pergunta do interrogatório dele que ele fez recentemente com o tenente-coronel Cid. Ele perguntou: “Cid você ia me matar?”.
O parlamentar ainda diz que “não houve deslocamento de tropa” e classifica o plano como “um troço absurdo”, uma vez que os militares “teriam armas, mas iriam executar o presidente e vice eleitos por envenamento”.
“Vejo uma fanfarronada. E a partir daí, dentro da busca incessante de envolver o presidente Bolsonaro, o general Braga Netto, o general Heleno, que você conhece tão bem e que é um homem que não toma atitudes dessa natureza… Arma-se esse cenário todo, joga quase que um pó de pirlimpimpim e shazam: saem 37 pessoas nesse pacote indiciadas”, declarou.
O senador concluiu que espera que a PGR “faça um trabalho melhor” que a Polícia Federal, que “passou dois anos escarafunchando o celular de todo mundo”.
“A partir do momento que conversa de celular significa crime, nós estamos enveredando por um caminho que a gente não sabe onde vai parar. Que as conversas pessoais que cada um tem. Até desafio qualquer pessoa a entregar seu celular para uma autoridades dessas e vai dizer que tem crime dependendo da conversa que você teve, até com sua própria esposa. Espero que a PGR reflita bem, pese o que há efetivamente de provas, ações concretas e não “ouvi dizer”, não fantasias, para efetivamente apresentar denúncia contra quem realmente conspirou ou tomou alguma atitude que levasse a uma derrubada do Estado de Direito aqui no Brasil ou do sistema democrático. E nós não vimos isso”.