Moraes usou TSE para investigar bolsonaristas pelo Supremo

O gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, usou o setor de combate à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como uma espécie de linha auxiliar para justificar decisões do magistrado contra a tropa de choque bolsonarista no inquérito sobre a divulgação de notícias falsas. A informação é do jornal Folha de S. Paulo.

Mensagens reveladas pelo jornal mostra que a área de combate à desinformação da Justiça Eleitoral, na época presidida por Moraes, foi usada para ‘turbinar’ as investigações e o inquérito que corria na Suprema Corte, mesmo em temas que não fossem ligados ao pleito nacional de 2022.

O juiz instrutor Airton Vieira, considerado assessor mais próximo de Moraes, foi o nome com o maior fluxo de mensagens encontradas. A maioria delas com Eduardo Tagliaferro, então chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED). Em um dos diálogos, Airton teria pedido relatórios voltados aos aliados de Jair Bolsonaro (PL).

Moraes teria pedido também, ainda de acordo com as mensagens encontradas, a elaboração de relatórios sobre as redes sociais de Rodrigo Constantino e Paulo Figueiredo, ambos aliados de Bolsonaro. A conversa teria ocorrido no final de dezembro de 2022.

“Quem mandou isso aí, exatamente agora, foi o ministro e mandou dizer: vocês querem que eu faça o laudo? Ele tá assim, ele cismou com isso aí. Como ele está esses dias sem sessão, ele está com tempo para ficar procurando”, teria dito Airton na ocasião.

Em janeiro de 2023, em um novo diálogo, Moraes deu novas orientações a Tagliaferro. “Trata-se de um ofício elaborado pela Assessoria Especial de Desinformação Núcleo de Inteligência do Tribunal Superior Eleitoral”, explicou.

Moraes não se pronunciou até o momento sobre as informações divulgadas.

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