A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, reagiu nesta quarta-feira (19) a uma declaração do senador Plínio Valério (PSDB-AM), que afirmou ser “difícil tolerar” uma conversa de seis horas com a ministra “sem enforcá-la”. Para Marina, a fala incita violência e tem conotação de gênero e preconceito.
“Com a vida dos outros não se brinca. Quem brinca com a vida dos outros, faz ameaça aos outros de brincadeira e rindo, só os psicopatas são capazes de fazer isso”, disse Marina, em entrevista ao programa Bom Dia, Ministra.
A declaração de Valério foi feita durante um discurso em defesa da BR-319, rodovia que liga Manaus a Porto Velho. Em sua fala, o senador relembrou a participação de Marina na CPI das ONGs, em 2023. “A Marina esteve na CPI das ONGs: seis horas e dez minutos. Imagine o que é tolerar a Marina seis horas e dez minutos sem enforcá-la”, disse o parlamentar.
Para Marina Silva, o comentário tem um tom de incitação à violência e sugere uma diferença de tratamento por ela ser mulher. “Sofri agora, pela manifestação de um senador, que fez uma afirmação de que era muito difícil, para ele, ficar conversando comigo durante seis horas sem me enforcar. Eu fico imaginando, alguém que é ministra do Meio Ambiente, alguém que, de certa forma, é conhecida dentro e fora do país, tem que ouvir uma coisa dessa de alguém incitando a violência por discordar de alguém”, afirmou.