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Lula recebeu conselho de equipe para evitar economia em falas de Natal e fim de ano

por Redação

A ausência do tema da economia no pronunciamento de Natal de Lula não foi gratuita. O presidente foi aconselhado fortemente a evitar o assunto até o fim do ano —especialmente, como gosta de fazer, de relembrar os benefícios propostos à população mais pobre e aos trabalhadores que implicam em mais gastos públicos.

De acordo com a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, as datas de fim de ano propiciam ao presidente diversas oportunidades de manifestação, e o natural impulso de propagar notícias boas e populares.

Lula desejava reforçar, nas manifestações de fim de ano, o aumento real do salário mínimo, a baixa taxa de desemprego e a proposta do governo de ampliar a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5.000. Recebeu a recomendação de desviar dos assuntos.

No pronunciamento de Natal veiculado na TV e pelas redes sociais, por exemplo, fez afirmações genéricas como “o Brasil tem hoje uma economia forte, que continua a crescer. Um governo eficiente, que investe onde é mais importante: na qualidade de vida da população brasileira” e “fizemos muito, e ainda temos muito a fazer”, sem citar políticas específicas.

O presidente ainda pode fazer novas falas até o dia 31 de dezembro, mas a expectativa é a de que ele siga os conselhos e siga adotando o mesmo tom do Natal ao se manifestar.

Neste mês, o dólar chegou a bater nos R$ 6,30 depois que o governo anunciou seu projeto de ajuste fiscal ao mesmo tempo em que levou a público a ideia de aumentar a faixa de isenção do IR. Somadas a fatores externos, as propostas causaram turbulência ainda não superada.

O pacote do governo e a reforma tributária foram aprovados pelo Congresso, mas nem assim o dólar arrefeceu. A equipe econômica acena com a possibilidade de mais cortes de gastos. Não seria a hora, portanto, de Lula relembrar as benesses concedidas, que poderiam ser exploradas como um suposto descompromisso com a austeridade.

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