O presidente Luiz Inácio Lula da Silva acusou, neste segunda-feira, 13, Israel de “matar inocentes sem nenhum critério” na guerra contra o grupo islamista Hamas, atacando locais na Faixa de Gaza onde encontram-se crianças.
“Depois do ato de terrorismo do Hamas, a solução do Estado de Israel é tão grave quanto foi o ato do Hamas, porque eles estão matando inocentes sem nenhum critério”, afirmou Lula durante um evento realizado no Palácio do Planalto sobre a atualização da Lei de Cotas.
O presidente acusou Israel de “jogar bombas onde tem crianças, hospitais, a pretexto de que um terrorista está lá, não tem explicação”.
“Primeiro vamos salvar as crianças, as mulheres, e depois faz a briga com quem quiser”, acrescentou Lula.
Mas representantes da comunidade judaica no Brasil denunciaram suas declarações “equiparando as ações de Israel” com as do Hamas como “equivocadas e injustas”, além de “perigosas”.
E defenderam os “esforços visíveis e comprovados” das autoridades israelenses “para poupar civis palestinos”.
“A comunidade judaica brasileira espera equilíbrio das nossas autoridades”, acrescentou em nota a Confederação Israelita do Brasil, que diz representar cerca de 120 mil judeus brasileiros, a segunda maior comunidade na região.
Desde o ataque do Hamas em 7 de outubro em território israelense que matou cerca de 1.200 pessoas, Israel respondeu com uma contraofensiva na Faixa de Gaza que já tem um saldo de mais de 11.200 mortos, segundo o grupo islamista.
Lula garantiu que o número de mulheres e crianças mortas é inédito para um conflito com essas características.
O presidente receberá nesta segunda-feira na Base Aérea de Brasília 22 brasileiros e 10 parentes que foram evacuados de Gaza no domingo pela fronteira terrestre com o Egito, após mais de um mês de espera na zona de conflito.
O voo com os repatriados pousou pouco após as 20h no aeroporto de Recife, Pernambuco, onde realizaram uma parada técnica antes de seguir viagem para a capital.
“Hoje é um dia muito feliz para nós brasileiros”, comemorou mais cedo o presidente. O governo “está trazendo o que foi possível liberar com muito sacrifício. Dependia da vontade de Israel”, acrescentou.
Na semana passada, o assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, estimou, durante uma conferência humanitária sobre Gaza em Paris, que a morte de milhares de crianças palestinas nos bombardeios israelenses faz pensar em um “genocídio”.