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LUGAR DE MÃE TAMBÉM É NA FOLIA: Especialista em gênero aborda desigualdade em campanha nas redes

por Redação

O Carnaval, maior festa de rua do planeta, está chegando e com ela a movimentação de um grande público em Salvador, que já aproveita os eventos prévios que acontecem em vários pontos da cidade. Nos circuitos, grupos variados estão presentes para curtir as atrações, porém há um que sempre acaba sendo esquecido: o das mães.

As mulheres que têm filhos ficam impossibilitadas por, em quase todos os casos, não terem rede de apoio nem dos próprios companheiros. É o que afirma a consultora de relações étnico-raciais e de gênero, Tainara Ferreira, que levantou uma campanha sobre o assunto em suas redes sociais, intitulada ‘Lugar de Mãe também é na Folia’.

Na postagem, a especialista relembrou que, na última década, houve o crescimento de 17,8% do índices de lares brasileiros chefiados por mães solo e isso reflete diretamente no isolamento e ‘proibições’ que atingem diretamente estas mulheres, se tornando reféns da própria rotina exaustiva e sem contar com nenhum apoio.

“A diversão não pode ser somente um privilégio do pai, que em muitos casos, diante uma sociedade patriarcal, aproveita a folia sem julgamentos e sem as crianças”, criticou Tainara sobre a omissão e negligência por parte do público masculino em relação ao cuidado dos filhos.

Conforme explica a consultora, mães neste ciclo de trabalho ininterrupto dentro de casa levam uma carga de culpa caso tentem mudar, para aproveitar um momento de lazer no Carnaval – ou até mesmo para trabalhar e conseguir mais recursos para manter a família. Sem a divisão de responsabilidades com os pais, que se negam a fazer isso, esta população fica ainda à margem e tendo que lidar com diversas questões psicológicas oriundas da solidão.

“É necessário desconstruir que mães não podem curtir, ter direito a sua individualidade. Ser boa mãe é algo muito além de desempenho pessoal, tem a ver com divisão de tarefas, responsabilidade afetiva e autocuidado. Você continua sendo prioridade”, concluiu.

Sobre a especialista

Tainara Ferreira é natural de Salvador, bacharela em Artes, graduanda do bacharelado em Estudos de Gênero e Diversidade da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, ambas feitas na Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Fundadora e CEO da Deiyi Desconstruir, com foco em consultorias na área, ela traz em suas redes sociais temas sobre racismo, misoginia e abordagens acerca do combate a estes problemas sociais. Acompanhe no Instagram, pelo @intelectual_influencer.

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