O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) respondeu a uma ironia do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta terça-feira (2), e reforçou críticas à política econômica do governo.
Em entrevista ao jornal O Globo, Haddad apontou o fato de alguns petistas comemorarem dados positivos da economia em 2023 e creditarem apenas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto criticam medidas da Fazenda, como o arcabouço fiscal.
Em publicação nas redes sociais, Lindbergh afirma que o governo “teve muitos acertos na área econômica, mas o déficit zero não é um deles”. Para ele, a meta fiscal vai travar o orçamento e pode trazer prejuízos ao crescimento econômico.
“A política monetária conduzida pelo Campos Neto [presidente do Banco Central] é muito contracionista e ainda temos a mais alta taxa de juros do mundo. Nesse quadro, optar por uma ‘austeridade fiscal’ pode ter impacto forte no crescimento em 2024 com cortes no PAC, orçamento das universidades, institutos federais etc…e comprometer a popularidade e a governabilidade do Lula no Congresso”, escreveu.
Lindbergh diz que ao buscar o déficit zero, o Brasil está “na contramão do mundo” e realizando uma política “que não foi apresentada em momento algum da campanha presidencial”. Porém, nega que sua corrente, liderada pela presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), faça oposição a Haddad.
“Quando o PT aponta preocupações e desafios não é para fazer oposicao ao ministro Haddad, mas para chamar atenção sobre problemas que poderemos ter com uma política fiscal contracionista”, disse.
Na avaliação do deputado, se a economia desacelerar, o governo será “engolido” pelo Congresso. Por isso, faria-se necessária uma política de expansão de gastos.
“Para pensarmos em 2026 ou 2030, temos que falar menos de ajuste fiscal e mais de crescimento econômico. Temos que parar de dar tanta atenção aos sábios da Faria Lima e olhar mais para a sabedoria do Lula que governou ampliando investimentos”, completou.