Lavagem cerebral da Lava Jato alimentou resistência a Lula entre militares, diz Jaques Wagner

Líder do governo Luiz Inácio Lula da Silva e ex-ministro da Defesa, o senador Jaques Wagner (PT-BA) diz que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi o responsável pela politização das Forças Armadas, mas atribui a resistência das tropas ao PT também ao que chama de “lavagem cerebral” da Operação Lava Jato.

“[Foi] essa lavagem cerebral que foi feita como forma de conquista do poder. Isso entrou muito nas Forças. Você vê a expressão de alguns: Eu não vou bater continência para um corrupto. Para mim, o caldo maior é muito menos ideológico e muito mais em cima disso”, afirma em entrevista à Folha.

O senador diz que Lula tem hoje confiança no ministro José Múcio (Defesa) e nos comandantes militares. Ele aponta que é preciso levar as Forças de volta ao “leito natural” previsto na Constituição. “Eles não são tutores da democracia brasileira”, diz o petista, ministro da Defesa na gestão de Dilma Rousseff.

Wagner diz que Lula deve ter no Senado mais do que os 49 votos pela reeleição de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) –e que deve negociar com partidos que hoje estão fora da coalizão, como PP e Republicanos.

O líder do governo diz ainda que Lula pode tentar se reeleger em 2026, como o presidente vem sugerindo, mas avalia que as declarações são uma maneira de evitar uma “corrida do ouro” entre petistas e aliados interessados na sucessão.

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