O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT), em meio a um acelerado processo de deterioração nas relações entre o governo e o agronegócio, pediu para frequentar as reuniões em que os colegas da bancada ruralista têm organizado mensalmente. Os senadores já fizeram dois encontros para conversar sobre projetos de lei relacionados ao agro. Aliados do líder governista vê sua atitude como uma estratégia para observar o cenário e ajudar a conter os ânimos entre os dois lados.
O agro critica o que considera uma demora do governo para conter as invasões de terra promovidas pelo Movimento Sem Terra (MST), em especial pelo “Abril Vermelho”. Somente neste final de semana, o MST ocupou mais três fazendas na Bahia.
Com as ações, que o MST justifica fazer parte da jornada nacional de lutas pela reforma agrária, o número de propriedades rurais invadidas pelo movimento chegou a 13, além da ocupação de prédios públicos.
Os encontros, em que Wagner participa, no entanto, conforme o Metrópoles, não são parte dos almoços oferecidos pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e têm reunido aproximadamente 20 senadores ruralistas. Na primeira reunião, os parlamentares falaram sobre pautas prioritárias para o ano legislativo, como a regularização fundiária e o PL dos Agrotóxicos.
A tramitação do PL dos Agrotóxicos voltou a ser debatida na segunda reunião organizada pelos senadores. A pedido dos governistas, os ruralistas aceitaram promover um encontro com técnicos para discutir a proposta. O projeto é rechaçado por ambientalistas, mas tem a simpatia do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e está pronto para ser votado em plenário.