O governo dos Estados Unidos solicitou, na última segunda-feira (29), uma conversa entre os presidentes dos EUA, Joe Biden, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para saber como país vem avaliando o impasse sobre a eleição presidencial na Venezuela. A conversa está agendada para a tarde desta terça-feira (30).
A eleição para presidente venezuelano aconteceu no último domingo (28). O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, o órgão eleitoral daquele país e que é ligado ao governo, apontou para a reeleição de Nicolás Maduro por 51,2% dos votos.
No entanto, a oposição venezuelana aponta para fraude na eleição e que o eleito teria sido o oposicionista Edmundo Gonzalez.
Maduro ocupa a presidência da Venezuela desde 2013. Desde então, ele disputou a reeleição em duas oportunidades e, em ambas, ele foi eleito e com acusações, por parte da oposição de organismos internacionais, de descumprimento de regras de transparência e princípios democráticos.
Entre os principais pontos de crítica é a falta de divulgação das atas sobre o resultado das eleições. Os documentos são boletins que registram os votos nas urnas e ainda não foram devidamente apresentadas pelas autoridades venezuelanas. As atas já foram solicitadas pelo governo brasileiro.
A polemica envolvendo a eleição na Venezuela afeta o Brasil pela fronteira entre os países e pela relação entre Lula e Maduro. Desde o início do seu atual mandato, o presidente brasileiro vem tentando reintegrar o venezuelano à política sul-americana.
No entanto, a relação entre eles ficou estremecida depois que Maduro afirmar que a Venezuela poderia ter um “banho de sangue” caso não fosse reeleito e Lula se dizer “assustado” com a fala.
Agora, o governo brasileiro tem que decidir que ação tomará. No momento, o Brasil vem adotando a cautela e cobrando a divulgação das atas. Já outros vizinhos e parceiros já contestaram o resultado eleitoral na Venezuela, como o Uruguai, o Chile e a Argentina.