O Supremo Tribunal Federal (STF) foi criado em 1891 e desde então, apenas três mulheres ocuparam a cadeira desta Corte. Com um cenário quase parecido com os anos 2000, o STF, agora, conta apenas com uma mulher à frente da instância máxima judicial: a ministra Cármen Lúcia.
Nesta quinta-feira, 7, a magistrada defendeu uma maior representação feminina no espaço. Durante o seu momento de fala na sessão da Corte, Cármen Lúcia afirmou que as mulheres foram “silenciadas” em toda a história do Brasil.
“Dizem que nós fomos silenciosas historicamente. Mentira. Nós fomos silenciadas, mas sempre continuamos falando, embora muitas vezes não sendo ouvida”, afirmou a ministra.
Nesta sessão especial, o STF pautou processos relativos aos direitos das mulheres. Na ocasião, a ministra ainda também destacou a necessidade de promoção de paz, especialmente no ambiente doméstico.
“Num país que assassina mulheres […] num país em que as crianças são também assassinadas até mesmo no espaço doméstico, é preciso se dizer que este país precisa muito que nós todos comecemos a pensar sob o prisma da promoção da paz e não apenas de combate [à violência]”, afirmou Cármen.
Logo em seguida, na abertura de uma exposição dedicada às mulheres na Suprema Corte. Em sua fala de abertura da exposição, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, lembrou as três mulheres que já foram ministras: além de Cármen Lúcia, integraram o tribunal Ellen Gracie e Rosa Weber, ambas aposentadas. Barroso disse que foram “poucas”, mas “muito qualificadas”.
Após a declaração, Cármen explanou “queremos mais [mulheres no STF]!” e arrancou aplausos dos presentes.