O senador Flávio Bolsonaro (PL/RJ) compartilhou nesta segunda-feira (5) um vídeo em que o presidente reeleito de El Salvador, Nayib Bukele, sugere que o presidente Lula não tem “política” para segurança pública em uma mesma fala em que insinua, no que poderia ser um indireta ao mandarário brasileiro, que muitos governos não enfrentam o problema por serem “parceiros de criminosos”.
“Conversei duas vezes com o presidente Lula, mas ele jamais me mencionou o tema segurança. Imagino que ele tenha sua forma de abordar e lidar com essa situação. Nunca falamos sobre esse assunto”, disse Bukele, durante coletiva de imprensa após vitória com 83% dos votos válidos. A imprensa internacional chegou a mencionar que Bukele, que é de direita, tenha consolidado o “regime de partido único” em El Salvador.
Nayib Bukele completou: “O que El Salvador está fazendo [sobre segurança pública] provavelmente tem muita diferença com o que o Brasil precisa. Mas o que incomoda muitos governos é que El Salvador mostra que todos os problemas têm solução quando há vontade política. E que quando um país não resolve seus problemas, especialmente de criminalidade é porque não há vontade de resolvê-los. Em alguns casos, [os governantes] são parceiros de criminosos. Então obviamente não vão atacar seus parceiros”.
Ao compartilhar o vídeo, Flávio Bolsonaro disse que a fala do mandatário salvadorenho seria um sinal de descrédito do Brasil no exterior sob Lula. “Não era o Brasil que tinha voltado a ser ‘respeitado’ no mundo? O presidente reeleito de El Salvador, Nayib Bukele, expõe que sob Lula, o Brasil está de joelhos para o crime”, escreveu o senador, nesta segunda-feira (5), no X (antigo Twitter).
Em 2015, El Salvador chegou a ser considerado o país mais perigoso do mundo, apresentando uma taxa de homicídio que chegava a 106,3 homicídios para cada 100 mil habitantes. Com a política de Bukele, eleito em 2019, já naquele ano, o índice de homicídio caiu para 7,8 homicídios por 100 mil habitantes. Em 2023, essa taxa chegou a apenas 1,7 homicídio por 100 mil, segundo estatísticas oficiais. Os números atraíram ao país investidores como o líder global em investimentos financeiros, JP Morgan.