Moradores do entorno da Roça da Sabina, região que fica entre os bairros da Barra, Chame-Chame e Jardim Apipema, em Salvador, têm sofrido todo final de semana com o fim do sossego provocado por festas que duram vários dias seguidos e que vão do início da noite até o começo da manhã do dia seguinte. E as situações não são novas e nem recentes.
Uma moradora do Morro do Ipiranga, bairro próximo, denunciou ao BNews que no último final de semana, entre sexta (12) e segunda (15), as festas começaram por volta de 19h e foram até mais de 5h da manhã do dia seguinte. Inclusive, na própria segunda-feira, quando o som alto somente foi desligado quando o dia claro.
A moradora que denunciou o caso para BNews filmou os festejos na localidade e comprova o som alto à noite, que é possível ser ouvido mesmo não sendo exatamente ao lado.
Prints de conversas de moradores de um condomínio próximo da Roça da Sabina, em um grupo de mensagens no WhatsApp, demonstram a perturbação causada e a falta de sossego.
Nas mensagens, é possível ver moradores falando que crianças não dormem por causa do barulho e dos fogos, que todo final de semana tem festa com som, dia de semana tem gritos até depois de 22h e que a situação é uma “loucura”.
Segundo populares que residem nesses bairros próximos, as festas seriam promovidas por políticos e teriam relação com a pré-campanha das eleições municipais deste ano. Um das moradoras chega a dizer nas mensagens que está “preocupada com o que vem pela frente com essa campanha”.
Nesta segunda-feira, o vereador de Salvador, Cláudio Tinoco (União) esteve no bairro e publicou registros da visita nas redes sociais.
Ao BNews, Tinoco comentou sobre a sua relação com a festa, e afirmou que foi até a Roça da Sabina para participar da festa de aniversário promovida por um morador e para a qual foi convidado. “Minha vida é transparente. Não houve apoio público, não houve apoio de Tinoco”, disse.
Ainda segundo o vereador, ele tem ações e trabalhos realizados no Nordeste de Amaralina, Parnambués, Barra, Calabar e Roça da Sabina, inclusive com colocação de emendas nesta última para a troca de corrimões de escada e outras melhorias.
Claúdio Tinoco ressaltou ainda que se algum morador do entorno se sentiu incomodado com as festas, entende como legítimas as reclamações.
Ainda, nas mensagens trocadas no WhatsApp pelos moradores de condomínios do entorno da Roça da Sabina, é possível perceber que eles afirmam terem entrado em contato com a Prefeitura, por meio do Disque 156, e também com a Polícia Militar, através do 190. Mas o problema não foi resolvido.
A moradora que fez a denúncia ao BNews afirmou pra nossa equipe que “no domingo, após falar com a SECOP, eles pararam. Mas, duas horas depois voltou. Depois, acho, que a polícia saiu”.
Procurada por nossa reportagem, a PM, em nota, alegou que “atua em apoio a outros órgãos ou mediante acionamento. Na capital baiana, as ações de fiscalização quanto à poluição sonora e à realização de eventos clandestinos são de responsabilidade da Prefeitura Municipal de Salvador. Assim, para esclarecimentos a respeito do assunto, sugerimos contato com o referido órgão”.
Já a Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SEDUR) de Salvador afirmou que “o evento foi licenciado pela Central de Licenciamento de Eventos (CLE). O órgão realizou uma fiscalização no local, domingo (14), e notificou o responsável para o cumprimento do horário estabelecido no alvará, após uma denúncia. Os fiscais também orientaram para obedecer os níveis sonoros permitidos pela lei municipal 5.354/98, que dispõe sobre a utilização sonora em Salvador”.