Junto à bancada de seu partido, a deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) denunciou o colega bolsonarista Abílio Brunini (PL) ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, por supostos ataques misóginos e transfóbicos durante sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas, ocorrida nesta terça-feira (11).
“Denunciei hoje com a bancada do PSOL no Conselho de Ética um Deputado bolsonarista que me atacou de forma misógina e transfóbica. E isso não é apenas sobre mim, é também sobre o avanço de mulheres e pessoas LGBTQIA+ na política”, declarou a parlamentar, por meio das redes sociais.
“Enquanto eles se dedicam a atacar mulheres na CPMI, trabalharei para que a Câmara seja um lugar de respeito e decoro para todas nós. E para que os criminosos que atacam a Câmara com sua misoginia e transfobia, e os que a atacaram em 8 de Janeiro, sejam punidos”, acrescentou a deputada.
O episódio que gerou a denúncia ocorreu após Erika Hilton repreender o bolsonarista, que já se envolveu em diversas controvérsias durante a comissão, tendo sido, inclusive, advertido mais de uma vez pelo presidente da CPMI, o baiano Arthur Maia (UB).
“Toda sessão o deputado atrapalha os trabalhos da CPMI, causa tumulto. Eu aconselharia que o deputado procurasse tratar sua carência em outro espaço, esse espaço é sério, é um espaço de trabalho e é incompatível com esse espaço que sejamos interrompidas, filmadas, constrangidas, não só pelo deputado Abílio, mas por outros que assim o fazem”, disse a parlamentar, na ocasião, ao apontar que o colega utiliza a comissão para chamar atenção e tumultuar.
Em seguida, o senador Rogério Carvalho (PT) interrompeu a fala da colega para denunciar a fala do bolsonarista. “Abilio fez uma fala homofóbica quando a companheira estava se manifestando. Ele disse que ela estava oferecendo serviços. Isso é homofobia e desrespeito, peça para o deputado se retirar”, destacou o petista.
A declaração de Brunini foi confirmada por outros parlamentares, segundo os quais, ao ser criticado por suposta “carência”, ele ironizou a deputada. “Por que, tá precisando de serviço?”, provocou o bolsonarista, insinuando que a deputada, que é uma mulher transexual, ofereceria serviços sexuais.
Diante do ocorrido, o presidente da CPMI afirmou que abriria uma investigação para apurar o caso.