Entidades do movimento negro brasileiro elaboraram uma nota em apoio ao ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, diante da pressão do centrão por cargos no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O grupo liderado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), quer que a gestão petista faça uma reforma ministerial mais ampla e mira postos no alto escalão.
O manifesto diz que compreende “a necessidade da constituição de uma sólida base parlamentar para que o governo se desenvolva”, mas espera que a representatividade de minorias sociais seja respeitada.
O documento é assinado pela Convergência Negra, uma articulação que reúne entidades do movimento negro brasileiro como a Coordenação Nacional de Entidades Negras e a Associação Brasileira de Pesquisadores Negros.
O texto afirma também que Silvio de Almeida tem feito uma gestão em defesa da população negra e que o ministro tem “enfrentado com competência, habilidade e inteligência a direita nazifascista que se caracteriza pelos ataques aos direitos humanos”.
“A população negra foi uma das principais bases de apoio na eleição do presidente Lula e [foi] também o principal segmento de apoio na luta contra o fascismo e a extrema direita, por isso não pode ter sua representatividade ameaçada no governo”, aponta ainda.
Outros ministérios já foram alvo de interesse do centrão, como o do Esporte, comandado por Ana Moser, da Saúde, por Nísia Trindade, e de Ciência e Tecnologia, por Luciana Santos. No Turismo, Daniela Carneiro foi substituída pelo deputado federal Celso Sabino (União Brasil-PA).