O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, negou os boatos de que esteja sob pressão do governo Lula (PT) para bloquear o pagamento de dividendos extraordinários. O posicionamento foi feito nesta terça-feira (19), durante entrevista para a AFP em Houston, nos EUA.
Indicado por Lula no ano passado, Prates garantiu ainda que a sua gestão busca um equilíbrio para satisfazer os acionistas, onde as decisões são comunicadas ao mercado com transparência, e disse que se sente à vontade no cargo.
“Não é pressão do governo, são diretrizes do governo. Eu escrevi o capítulo do programa de governo de Lula 3 relacionado ao petróleo. Sei o que está escrito ali, ninguém precisa me dar ordem direta toda hora. Não há pressão, é uma influência de um programa de governo que foi eleito, que foi escrito, e do qual a Petrobras faz parte também como implementadora de políticas”, disse.
A ação da Petrobras caiu na bolsa de valores na última passada, após a decisão do conselho de administração de não distribuir os dividendos, em meio a críticas de intervencionismo do governo federal nas empresas públicas.
O presidente brasileiro chegou a criticar a gestão da receita da Petrobras, que considera favorável aos acionistas, em detrimento da sociedade. No início de março, Lula classificou o mercado financeiro como “um dinossauro voraz que quer tudo para ele e nada para o povo”.