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“DEMOCRACIA EM FRANGALHOS”: Dallagnol fora do parlamento

por Redação

A dor é cortante, acompanhar o julgamento do nobre Deputado Deltan Dalagnol causa asco e põe o povo brasileiro de joelhos. É lastimável conviver com tamanha inversão de valores!!! O deputado cassado disse que estava acompanhado de parlamentares que lutam pela “justiça e liberdade”. A verdade é uma só. Eu perdi o meu mandato porque combati a corrupção. É um dia de festa para os corruptos”. Deltan foi procurador da República entre 2003 e novembro de 2021, quando pediu exoneração. Em 2014 ele passou a coordenar a força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba. Em setembro de 2016, Deltan acusou Lula por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Estava na mira daqueles que um dia ofereceu denúncia.

O Brasileiro está exausto da cafajestagem desmedida, das artimanhas jurídicas, dos conluios perpetrados a qualquer hora do dia, do desrespeito com o erário público, com a desfaçatez dos criminosos do colarinho branco, enfim…

Sinceramente? Não há palavras suficientes para descrever este momento de dor!!!! Triste Brasil, democracia em frangalhos. O saudoso Rui Barbosa assim descreveu: “A liberdade não é um luxo dos tempos de bonança; é, sobretudo, o maior elemento de estabilidade das instituições. De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto. A força do direito deve superar o direito da força, mas aqui na “república democrática das bananas”, não temos voz ativa, o povo se esconde com o rabo entre as pernas, estamos vivendo momentos sombrios onde, sequer, temos notícias de uma tal de Forças Armadas. Infelizmente o combalido brasil não tem a quem recorrer. O homem que não luta pelos seus direitos não merece viver enfatizou Rui Barbosa.

Dallagnol afirmou que o TSE inventou uma “inelegibilidade imaginária” para cassá-lo. Não havia como ser diferente, a decisão foi tomada provavelmente muitíssimo antes do próprio julgamento. “344 mil vozes caladas”, em referência ao número de votos de Dallagnol no Paraná. Em suas palavras o mesmo, ainda em plenário, arrematou: “Nós não vamos permitir que minem e ataquem as nossas liberdades. O poder que os tribunais têm de me atingir, de me derrubar, talvez seja o mesmo poder que os irmãos de José tinham ao vendê-lo como escravo no Egito.”

A corrupção arraigada, a desestrutura cognitiva da nação faz com que tenhamos que andar para trás a passos largos. Já não temos mais notícias da tão sonhada democracia – escondeu-se na furtiva e subterrânea vergonha. A justiça pode irritar porque é precária, a verdade não se impacienta porque é eterna. Os poderosos ou abandonaram o barco – rumo a países de primeiro mundo ou acastelaram-se trêmulos com a certeza irrevogável e plena que não há como vislumbrar luz no fim do túnel. A busca por um país melhor tornou-se uma quimera. Nos tornamos reféns de uma condução política desprezível e aqui refiro-me aos três poderes. Não há palavras suficientes para descrever a insatisfação vivida neste momento de dor.

Oremos…

Por André Curvello – Advogado e Colaborador do Liberdade de Imprensa.

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