Após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) determinar que o governo não promovesse qualquer ato, solenidade ou discurso em memória aos 60 anos do Golpe Militar, 8 dos 38 ministros ignoraram a orientação.
A intenção de Lula, expressa a seus auxiliares desde o início do mês de março, era evitar que a data fosse utilizada para “acirrar o ambiente político do país”. Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos, pasta que ficaria incumbida de organizar atos pela memória da ditadura, publicou um texto sobre a data.
“Por que ditadura nunca mais? Porque queremos um país social e economicamente desenvolvido, e não um ‘Brasil interrompido’. […] Porque queremos um país institucional e culturalmente democrático. Porque queremos um país em que a verdade e a justiça prevaleçam sobre a mentira e a violência. Porque queremos um país livre da tortura e do autoritarismo. Porque queremos um país sem milícias e grupos de extermínio”, escreveu.
Sonia Guajajara, que comanda o Ministério dos Povos Indígenas, lembrou as mortes dos povos indígenas durante a ditadura. “Sabemos que a luta sempre foi uma constante para os povos indígenas, mas há 60 anos o golpe dava início a um dos períodos mais duros do nosso país. A ditadura promoveu um genocídio dos nossos povos e também de nossa cultura”, recordou.