O adiamento da definição do candidato de Jerônimo Rodrigues à prefeitura de Salvador em 2024 também tem relação com a política de outro grande município do estado. Um dos entraves identificados está em Vitória da Conquista, onde, assim como na capital do estado, PT e MDB possuem pré-candidaturas.
De acordo com fontes do portal A TARDE, a candidatura da vereadora Lúcia Rocha (MDB) à prefeitura de Vitória da Conquista é vista como prioridade número pelos caciques emedebistas na Bahia, o ex-ministro Geddel Vieira Lima e seu irmão, o ex-deputado federal Lúcio Vieira Lima.
Já para a federação Brasil da Esperança, formada por PT, PCdoB e PV, uma das condições para que haja um apoio ao nome do vice-governador Geraldo Júnior (MDB) à prefeitura de Salvador é justamente que o MDB retire o nome de Lúcia Rocha e anuncie apoio à candidatura do deputado federal Waldenor Pereira (PT) em Conquista.
O ponto chave é que, na interpretação das lideranças do grupo governista, apesar de Salvador ser fundamental para a disputa política na Bahia, vencer a eleição em Vitória da Conquista, terceiro maior município do estado, é mais viável e pode ser um trunfo importantíssimo na disputa estadual de 2026.
Em pesquisas internas contratadas pelas legendas, é Lúcia Rocha quem lidera as intenções de voto. É com base nisso que, nos bastidores, os emedebistas se recusam a negociar a retirada do nome da vereadora.
É por causa desse entrave também que o deputado estadual Robinson Almeida (PT) mantém sua pré-candidatura a prefeito de Salvador. O parlamentar petista tem dito a interlocutores que o imbróglio é insanável e, por isso, o acordo que pode viabilizar a candidatura de Geraldo Júnior não prosperará.
Os defensores do acordo defendem uma solução envolvendo a vaga em aberto no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM). Uma possível eleição do deputado estadual Rogério Andrade (MDB) para a Corte elevaria Lúcia Rocha, suplente do parlamentar, à Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). Acomodando a vereadora, o caminho ficaria livre para Waldenor em Conquista.
Por outro lado, segundo informou ao portal A TARDE um presidente de partido que estava presente na reunião, mesmo com o entrave, é improvável que o candidato escolhido para Salvador não seja Geraldo. Isso porque a maioria das lideranças do conselho político de Jerônimo sinalizou, no encontro de domingo, 17, a preferência pelo nome do vice-governador, ficando a federação Brasil da Esperança como voto vencido no debate.
Nesse sentido, as conversas bilaterais que estão acontecendo na base são no sentido de viabilizar um consenso em torno do nome de Geraldo Júnior até quinta-feira, 21, quando Jerônimo pretende anunciar definitivamente o nome de seu candidato em Salvador e em outros municípios baianos.