O candidato à presidência do Equador Fernando Villavicencio foi assassinado nesta quarta-feira com três tiros na cabeça após deixar um comício no auditório de uma escola no norte da capital Quito. A informação foi confirmada pela assessoria e por um amigo pessoal, Carlos Figueroa, que anunciou a morte em um vídeo publicado nas redes sociais.
Jornalista e candidato pelo Movimento Construye, ele foi morto por volta das 18h20 do horário local (20h30 no Brasil). Testemunhas disseram que ouviram rajadas de tiros e Villavicencio cair no chão gravemente ferido. Ele foi levado para atendimento médico imediatamente na Clínica da Mulher, um centro de saúde próximo ao local do atentado, mas não apresentava mais sinais de vida.
Segundo fontes próximas à campanha, ao menos oito pessoas ficaram feridas, sete delas foram hospitalizadas na Clínica da Mulher, mesmo local para onde Villavicencio foi levado.
A Polícia Nacional montou uma operação para localizar os responsáveis pelo incidente. As ruas próximas foram fechadas.
O atual presidente do Equador, Guillermo Lasso, declarou estar “indignado e chocado” com o caso em uma publicação no Twitter. Ele prestou solidariedade à família de Villavicencio e enfatizou que o crime “não ficará impune”.
“O Gabinete de Segurança se reunirá dentro de alguns minutos em Carondelet [sede do governo equatoriano]. Pedi à presidente do CNE (Comissão Nacional de Eleições), Diana Atamaint; à procuradora-geral do Estado, Diana Salazar; ao presidente da Corte Nacional de Justiça, Iván Saquicela; e às demais autoridades do Estado que participem dessa reunião com urgência para lidar com esse evento que consternou o país”, afirmou Lasso. “O crime organizado foi longe demais, mas todo o peso da lei recairá sobre ele.”
Villavicencio, que aparecia em quinto lugar nas pesquisas entre os candidatos à sucessão de Guillermo Lasso, apresentou-se aos eleitores como um combatente à corrupção sob o slogan “É hora dos corajosos”.
O político de 59 anos foi membro da Assembleia Legislativa até sua dissolução e presidiu o comitê de supervisão. Ele foi criticado por suas ações no processo de impeachment contra Lasso, porque o comitê emitiu um relatório favorável ao presidente que não teve o apoio dos outros legisladores.
O atentado acontece 11 dias antes das eleições presidenciais em um país sufocado por uma crise sem precedentes. Durante a campanha, o prefeito de Manta — cidade com um porto importante para o tráfico de drogas — e um candidato à Assembleia foram assassinados.