Eleito para um novo mandato em Salvador, o prefeito Bruno Reis (União Brasil) se movimenta para reformular os quadros que vão compor o primeiro escalão, a partir de 2025. As mudanças visam acomodar os aliados que ficaram de fora na corrida pela Câmara Municipal de Salvador (CMS) e cumprir os respectivos acordos com os partidos que o apoiaram e garantiram a sua vitória expressiva nas urnas eletrônicas.
Os dirigentes partidários devem sentar à mesa com o chefe do Palácio Thomé de Souza após o segundo turno das eleições municipais de Camaçari, onde o partido aposta todas as fichas no ex-presidente da Câmara, Flávio Matos (União). A expectativa é que as conversas iniciem a partir de novembro.
Entre as legendas que estão no rol do prefeito para serem contempladas com alguma pasta neste novo governo estão: PL; PSDB; Republicanos; PP e PDT.
Nos bastidores, ventila-se que a Secretaria Municipal da Educação (SMED) é a ‘menina dos olhos de ouro’ do PSDB, segundo partido mais votado neste pleito. Os tucanos, que já tiveram o comando da sigla, desejam retornar ao posto com o nome de Rodrigo Alves, atual secretário da Gestão (SEMGE).
O eventual declínio de Thiago Dantas da SMED desagradou a vereadora Roberta Caíres (PDT), que contou com apoio de Dantas para conquistar o seu segundo mandato na CMS, quando conseguiu 16.517 votos e se tornou a mulher mais votada. Em nota divulgada à imprensa, no último sábado, 19, pediu respeito às conquistas do secretário e da subsecretária, Isabela Cabral.
“A gestão da Educação de nossa cidade não pertence a partido político, pertence à população, e toda a Rede de Ensino já escolheu, quer a continuidade de Thiago e Isabela. Não aceitaremos retrocesso e tenho certeza de que o prefeito Bruno Reis também não”, disse, durante participação em um evento da Smed.
Os tucanos ainda devem continuar à frente da presidência da Câmara Municipal de Salvador (CMS), com o vereador Carlos Muniz. O atual chefe do Legislativo já possui quase a unanimidade para o pleito, que será decidido no dia 2 de janeiro. Ao todo, 40 nomes já declararam apoio à sua reeleição.
Já o PP, que fez o vereador mais votado da cidade, também fechou acordo com a gestão municipal para abocanhar um espaço no primeiro escalão. A sigla já conta com Cacá Leão, presidente municipal do partido, na Secretaria de Governo (Segov). A tendência é que ele permaneça na cadeira, já que faz parte da cota pessoal de Reis.
Ao Portal A TARDE, o vereador reeleito Sidninho (PP), falou sobre o acordo e disse que há uma expectativa para que George, o Gordinho da Favela, ocupe o cadeira de presidente da Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb), que será deixada por Omar Gordilho em janeiro, após se eleger vereador.
“O acordo foi feito lá atrás. O nome do PP hoje é George, o Gordinho da Favela, com a Limpurb. Foi um pedido que fizemos lá atrás ao presidente do PP municipal, não da cadeira, mas da necessidade de colocar um dos eleitos para assumir uma pasta”, disse.
Caso o movimento aconteça, a iniciativa abre espaço para a entrada de Sandro Bahiense, que ficou na suplência do partido, após somar 8.462 votos.
Já no Republicanos, ligado à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), a tendência é que Luiz Carlos retorne à Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), já que foi o terceiro vereador mais votado nestas eleições.
Deste modo, a arrumação abre espaço para a entrada do suplente Beca, que encerrou o pleito com 7.642 votos. Beca, por sua vez, já esteve na casa em 2017, pelo DEM – atual União Brasil.
Na briga pelo posto também tem o União Brasil, partido do prefeito. Na sigla, a dúvida é sobre os nomes que poderão ocupar uma pasta. Uma das secretarias que pode ser cedida à sigla é a Sustentabilidade e Resiliência (Secis), que foi ocupada por Marcelle Moraes.
Há uma expectativa para que ela retorne ao cargo, o que abriria espaço para a entrada dosuplente Orlando Palhinha, que ficou com 8.564 votos.
Além dela, também ventila-se o nome do atual líder do governo, Kiki Bispo, que poderia retornar a Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esportes e Lazer (Sempre), cargo ocupado por ele em 2021.