O governo Lula divulgou nesta quinta-feira (12) os gastos com cartões corporativos entre o período de 2003 e 19 de dezembro de 2022. O benefício foi criado em 2001, pelo ex-presidente FHC, e serve para gastos como viagens e serviços especiais do Executivo, além de gastos em caráter sigiloso.
Os maiores gastos foram feitos pelo próprio presidente Lula, em seus dois mandatos, seguido por Dilma Rousseff, no primeiro mandato. Bolsonaro vem na sequência. Porém, no ranking de 10 maiores gastos individuais nos últimos 20 anos, seis são de Bolsonaro, um é de Lula, dois são de Dilma e outra é de Temer. Todos são referentes a despesas com hospedagem.
Com valores já corrigidos pela inflação, Lula gastou cerca de R$ 60 milhões no primeiro mandato e aproximadamente R$ 50 milhões no segundo. Dilma Rousseff aparece na terceira posição, um total de mais de R$ 42 milhões. Bolsonaro gastou quase R$ 33 milhões. Michel Temer usou pouco mais de R$ 15 milhões, durante sua passagem pela Presidência.
Sobre Bolsonaro, existem registros de ao menos 21 CPFs diferentes tendo feito gastos no cartão. O uso em despesas com hospedagem concentraram 49,5% do total. Em um dos estabelecimentos, o ex-presidente gastou valores próximos a R$ 1,5 milhão. Bolsonaro gastou, em média, R$ 575 mil mensais.
Apesar de ter gastado mesmo, os valores contradizem defesas feitas pelo próprio Bolsonaro ao longo do seu mandato, de que não usava o cartão corporativo. Ele chegou a afirmar em outubro passado em entrevista à Jovem Pan, que a média de gastos estava em R$ 3 milhões. Entre os gastos que chamam atenção, está a despesa de R$ 9 mil por dia, em 11 pagamentos diferentes, numa lanchonete na Zona Sul de São Paulo.
Os números foram divulgados com base na Lei de Acesso à Informação, depois de solicitados pela “Fiquem Sabendo”, uma agência de dados públicos.
Veja os gastos de cada presidente
- Lula (2003-2006) – R$59.075.679,77
- Lula (2007-2010) – R$47.943.615,34
- Dilma (2011- 2014) – R$42.359.819,13
- Dilma (até maio de 2016) – R$10.212.647,25
- Temer (Agosto de 2016 – 2018) – R$15.270.257,50
- Bolsonaro (2019-2022) – R$32.659.369,02