O candidato de centro-esquerda Bernardo Arévalo (partido Semilla) venceu as eleições presidenciais da Guatemala neste domingo (20), de acordo com a contagem oficial do tribunal eleitoral do país.
Com a confirmação da vitória, o atual presidente da Guatemala, o direitista Alejandro Giammattei, reagiu rapidamente, parabenizando Arévalo.
“Parabenizo Bernardo Arévalo e estendo o convite para iniciar uma transição ordenada no dia seguinte à oficialização dos resultados”, disse ele no X, antigo Twitter.
Quase 3.500 centros de votação funcionaram normalmente durante o dia, e não foram relatados “incidentes significativos”, disse Irma Palencia, presidente do tribunal eleitoral, que afirmou que houve uma “participação histórica”.
A votação encerrou por volta das 18h pelo horário local (21h pelo horário de Brasília).
Quem é Bernardo Arévalo
Bernardo Arévalo tem 64 anos, é sociólogo e filho do ex-presidente Juan José Arévalo (1945-1951), o primeiro líder democrático do país após décadas de ditaduras, que encerrou os 13 anos de poder de Jorge Ubico, um admirador de Hitler que submeteu indígenas maias a trabalhos forçados.
Arévalo viveu na Venezuela, México e Chile antes de chegar à Guatemala aos 15 anos. Estudou sociologia em Israel, foi vice-chanceler em 1994-1995 e embaixador na Espanha entre 1995 e 1996, durante o governo do falecido presidente Ramiro de León Carpio.
Arévalo gera esperanças de mudança em um país imerso em pobreza, violência e corrupção, fatores que levam milhares de guatemaltecos a migrar a cada ano. Porém, ele é visto com apreensão pela elite política e empresarial que governa o país e é acusado de corrupção.
O novo presidente promete seguir os passos de seu pai para tirar da pobreza 60% dos 17,6 milhões de guatemaltecos. “Não sou meu pai, mas sigo o mesmo caminho”, declarou no encerramento de sua campanha na capital.
Arévalo disse que não legalizará o aborto nem o casamento igualitário, mas garante que não permitirá a discriminação ou estigmatização por gênero ou religião.