O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, prestou depoimento nesta terça-feira, 8, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas de 8 de janeiro, que investiga a sucessão de investidas contra a democracia que desembocaram nos ataques às sedes dos Três Poderes.
Orientado por advogados a falar na audiência, apesar do ministro Alexandre de Moraes ter lhe autoriza a ficar em silêncio no depoimento, Torres disse que a “minuta do golpe”, encontrada em sua casa, era uma “aberração” fantasiosa e que seria descartada em breve. O ex-ministro reiterou que quer colaborar com a CPMI.
“Durante uma operação de busca e apreensão em minha casa, a polícia encontrou um texto apócrifo, sem data, uma fantasiosa minuta, que vai para a coleção de absurdos que constantemente chegam aos detentores de cargos públicos. Vários documentos vinham de diversas fontes para que fossem submetidas ao ministro”, disse, classificando o documento como “imprestável para qualquer fim”.
“Um desses documentos deixado para descarte foi um texto, chamado de minuta do golpe. Basta uma breve leitura para que se perceba ser imprestável para qualquer fim. Uma aberração jurídica”, completou.
Anderson Torres está sob liberdade provisória, com uso de tornozeleira eletrônica, desde o último dia 11 de maio. Ele chegou a ficar preso por quase quatro meses, após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, no dia 14 de janeiro, por suspeita de facilitação nos atos de 8 de janeiro.