A construção de um grande túnel subterrâneo para pedestres entre o Campo da Pólvora e o bairro do Comércio, no Centro Antigo de Salvador, está em “stand by”. O anteprojeto ficou pronto e estava previsto para ser licitado em 2024, mas o custo da obra, de acordo com o estudo, ficou muito mais alto do que o imaginado, travando o andamento da ideia.
A prefeitura de Salvador, através do prefeito Bruno Reis (União Brasil) e do secretário municipal da Infraestrutura, Luiz Carlos (Republicanos), ainda não descarta a ideia e busca meios de viabilizar a obra, que é vista como um passo importante para a revitalização do Centro Antigo.
A empresa responsável pelos estudos prévios do túnel subterrâneo, a Sanehatem Consultoria e Projetos, ganhou uma extensão do prazo para repensar o projeto. Na avaliação da prefeitura, o custo previsto de R$ 300 milhões para um empreendimento que visa atender a 3 mil pessoas diariamente ficou muito alto.
No planejamento da gestão municipal, as esteiras rolantes do túnel começariam nas proximidades da Estação Campo da Pólvora, ligando o sistema metroviário da cidade ao bairro do Comércio, passando também pela região da Baixa dos Sapateiros, no Centro Histórico, onde haveria uma parada.
O túnel subterrâneo faz parte de todo um projeto da prefeitura de Salvador para revitalizar o Centro Antigo da cidade. Nos últimos anos, a região passou a abrigar quase todas as secretarias municipais e recebeu investimentos grandes, com a instalação de equipamentos culturais, como o museu Cidade da Música.
Procurado pelo portal A TARDE, o secretário Luiz Carlos deixou claro que, apesar da prefeitura ter se surpreendido com o alto custo do projeto, ainda há a possibilidade da realização de ajustes para que a ideia do túnel subterrâneo saia do papel.
“O projeto tinha uma estimativa e, quando a gente fez o projeto, superou muito a expectativa do ponto de vista econômico. Ainda estamos tentando alguns ajustes, mas não está perto de uma definição. Tudo que a gente disser agora sobre isso não é uma definição”, afirmou Luiz Carlos.
Detalhes
No anteprojeto inicial elaborado pela Sanehatem, o túnel subterrâneo teria um total de 960 metros de extensão, entre o Campo da Pólvora, nas proximidades da Arena Fonte Nova, e o Comércio, mais especificamente na Rua Guindaste dos Padres, onde fica o Plano Inclinado Gonçalves.
O túnel seria voltado para pedestres, que contariam com oito esteiras rolantes de 50 metros e outras dez de 90 metros, divididas igualmente entres os sentidos de ida e volta, para transitar pelo Centro Antigo de Salvador com mais velocidade e segurança.
A Sanehatem também previu a construção de um “acesso intermediário” para o túnel na Baixa dos Sapateiros. A parada teria direito ainda a uma esteira rolante na superfície, entre a Avenida José Joaquim Seabra e a Rua 12 de Outubro, que ganharia uma cobertura, protegendo o equipamento do Sol e da chuva.
Um edifício de apoio seria construído no Comércio, para abrigar o trabalho de operação do túnel subterrâneo. Na parte de fora, a ideia seria a instalação de um “boulevard”, uma área de trânsito preferencial para pedestres, inspirada nas “ramblas” de Barcelona, mas que poderia, eventualmente, também admitir a passagem de carros.
Com o imprevisto do custo, o projeto deve voltar ao foco da prefeitura apenas em 2025, em um possível segundo mandato do prefeito Bruno Reis.