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A VINGANÇA É UM FARDO APODÍCTICO DA FRAQUEZA DA ALMA. MAS AO HOMEM, CABE A NOBREZA DA DESFORRA?

por Redação

Jamais devemos nos vingar do que quer que seja, provavelmente a felicidade seja a pior das hipóteses engendradas pelo sentimento de vingança! O sucesso é a melhor vingança – Kanye West. Uma coisa é certa: “o homem que planeja vingança procura manter suas chagas abertas”, pois de forma visceral se mantém enraizado às profundezas do subterrâneo. Aquele que não consegue se desvencilhar da dor e do caos, enfrentando o desprezo pelo seu algoz, carrega dentro do seu íntimo a profecia de não vislumbrar o sol, haja vista que a vingança é a justiça do homem em estado selvagem.

A vingança é sempre o prazer de um espírito mesquinho, de um espírito amedrontado, avaro e cobiçoso. Livrar-se do aprisionamento, provavelmente seja a mais nobre saída, não existe vingança perfeita. Não se vingar talvez seja a melhor estratégia de vida!!! Todo sofrimento é arrogante, debitado na conta do desafeto. A vingança encharca a literatura e a música, mas seus mistérios jamais serão esgotados… A sutileza é uma arte preciosa, o refinamento da carência mais ainda. Sinceramente? De uma guerra se gera outra; é inescapável pensar-se diferente! A busca por uma vida plena, eivada de valores morais faz com que o coração e a mente se fortaleçam.

O ódio e o fel são as armas do covarde, dos destituídos de esperança. Os fervorosos conquistam espaço na nobreza da alma, na consciência poética e na dialética intimista. Profetizando as palavras de François La Rochefoucauld: “A vingança procede sempre da fraqueza da alma, que não é capaz de suportar as injúrias”. Portanto, aceitar que a morte do ultraje, as difamações e afrontas ocorridas pelo esquecimento tornem-se atos de coragem e abnegação, caracterizados pelo desprendimento e altruísmo se sustentem, ainda assim, é falacioso.

O poder da vingança, apesar de contraditório, muitas vezes é extremamente necessário, inclusive há casos insustentáveis e de uma cafajestagem ultrajante. O desejo de vingança vem da ira contra a injustiça. Todo pecado merece sanção, mas a vingança nem sempre traz uma justa penitência. Os homens, na sua ira, muitas vezes se vingam fazendo muito pior que a ofensa original. Talvez, em razão da altivez interior, e da infinita capacidade cognitiva e racional, devamos deixar a vingança nas mãos de Deus. Daí tudo o mais, distante desta máxima, seja envenenamento!

Por André Curvello – Advogado e Colaborador do Liberdade de Imprensa.

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