Pivô da prisão do ex-governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), em 2018, o ex-deputado estadual Tony Garcia apontou ilegalidades cometidas pelo ex-juiz Sergio Moro e procuradores da força-tarefa da operação Lava-Jato de Curitiba.
De acordo com informações da Veja, o delator disse em um depoimento sigiloso à Justiça, ter gravado Richa e outras autoridades da República a mando de Moro e de integrantes do Ministério Público Federal no Paraná.
Ainda segundo a publicação, Tony Garcia relatou que as provas clandestinas eram produzidas sob promessa de receber benefícios na Justiça. Ele contou ainda que era obrigado a omitir tais acordos espúrios aos seus advogados.
Procurado pela coluna, Sergio Moro negou as afirmações e disse que o delator “é um criminoso que foi condenado, com trânsito em julgado, por fraude e apropriação indébita”.
“A pedido do Ministério Público e com supervisão da Polícia Federal, resolveu colaborar com a Justiça em investigação de esquemas de tráfico de influência e corrupção, ocasião na qual foi autorizado a gravar seus cúmplices”, disse o ex-juiz, segundo o qual “este tipo de diligência é autorizada pela lei” e “nunca houve qualquer escuta clandestina” de seu conhecimento enquanto magistrado.