O ex-policial penal Jorge Guaranho, acusado de matar o militante petista Marcelo Arruda em 2022, prestou depoimento ao Tribunal de Júri na noite desta quarta-feira (12), mas se recusou a responder perguntas do Ministério Público.
Ele diz que agiu por legítima defesa.
Ao ser questionado pelos seus advogados de defesa, ele admitiu que chegou de carro na festa de Marcelo com música da campanha do então presidente Jair Bolsonaro. Disse que a música estava baixa porque seu filho estava no veículo e que hoje percebe que foi uma “idiotice com certeza”.
Ao chegar na festa, ele admite que gritou “Bolsonaro mito” e ouviu Marcelo responder “cadeia [para Bolsonaro]”. “Foi uma discussão boba”, disse Guaranho, acrescentando que Marcelo jogou terra na janela do carro, o que teria atingido seu rosto.
Guaranho disse que voltou para a casa na sequência da discussão e só aí teria percebido que seu filho também foi atingido com a terra, o que o deixou “com muita raiva”.
O réu então disse que voltou para a festa para “buscar explicação com o cara que agrediu meu filho”.
“Fiquei com muita raiva”, afirmou o acusado, cujo filho hoje tem dois anos e oito meses.
O crime ocorreu em julho de 2022, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. Guaranho é acusado pelo Ministério Público estadual de homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e perigo comum.
O crime aconteceu quando Arruda comemorava o seu aniversário de 50 anos com a família e amigos em uma festa com símbolos e imagens do PT e de Lula, então candidato a presidente. Arruda era tesoureiro do diretório municipal do PT.
Guaranho invadiu a festa e atirou contra o petista, que caiu ferido e chegou a reagir, disparando contra seu agressor. Mas Arruda não resistiu aos ferimentos.
O ex-policial foi internado em um hospital e depois teve a prisão preventiva decretada. Em setembro passado, obteve uma decisão judicial que o permitiu migrar para a prisão domiciliar.