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Polêmica na Axé Music: Especialista defende secretário de Cultura de Salvador e questiona fãs de Claudia Leitte sobre postura racista

por Redação

Tainara Ferreira evidenciou que preconceito e apagamento contra o culto de matriz africana acompanha violências de gênero e contra LGBTs.

Uma onda de ataques foi registrada nesta terça-feira (17), nas redes sociais após o posicionamento do secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, sobre casos de intolerância religiosa que ocorrem na axé music. Sobre isso, a consultora de relações étnicos-raciais e de gênero, Tainara Ferreira, aproveitou para defender o chefe da pasta e ressaltou a existência latente do preconceito em um gênero que tem raízes no candomblé, evidenciada nas letras.

Ela destacou que parte das ofensas proferidas contra Tourinho parte do fã-clube da cantora Claudia Leitte, apesar de não ter o nome citado em nenhum trecho da publicação. A artista costumeiramente retira citações a orixás e substitui por termos referentes ao cristianismo, o que se tornou o centro da polêmica.

“Este público, em sua maioria, é da comunidade LGBTQIA+, e gostaria de saber qual a opinião deles sobre a postura racista recorrente da cantora. O racismo sempre acompanhou e acompanhará as violências sexuais e de gênero contra gays, lésbicas e trans no Brasil. Será que sabem disso?”, questionou Tainara, ao ressaltar a interseccionalidade dessa discussão.

Ao apoiar Pedro Tourinho em sua fala, que evidenciou a tristeza do apagamento histórico do axé em um momento que é celebrado os 40 anos do movimento, a especialista lembrou que as canções são frutos de um combate à opressão e exaltação da cultura de terreiro, e ter a alteração disso é um completo retrocesso.

“O colonialismo, que foi construído pela perseguição cristã, não apenas condenou o povo de santo por séculos, mas também todas as outras minorias, a exemplo dos LGBTs. Quem defende e acha que é pura besteira, ainda não entendeu a complexidade: Todo mundo tá no mesmo barco!”, disse Tainara Ferreira.

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