O parlamentar ainda lembrou que Gilmar Mendes, autor da medidas, anos antes era contra a absolvição do ex-ministro
Após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, anular as condenações contra José Dirceu na Operação Lava-Jato, o deputado estadual Samuel Júnior (Republicanos) relembrou sobre o assunto na tribuna da Assembleia Legislativa, em sessão realizada nesta quarta-feira (30).
Em tom de crítica e descontentamento, o parlamentar relembrou que no ano de 2017, o mesmo magistrado foi contra estas medidas que beneficiaram Dirceu, afirmando que a ‘raiva é filha do medo e mãe da covardia’, mas tudo mudou recentemente, após a proposta do presidente Lula em voltar ao ‘velho’ PT nas próximas eleições.
“O que fez Gilmar mudar completamente de opinião? É estranho e até curioso isso acontecer logo após Lula afirmar, com todas as palavras, que deseja ver o antigo partido como era, responsável pelo maior escândalo da nossa história. Dirceu esteve envolvido em todos os episódios de corrupção e agora poderá voltar, tranquilamente, à política”, ressaltou.
A decisão judicial, divulgada na última terça (29), possibilita que o ex-deputado federal e ex-ministro, centro do Mensalão em 2005 e envolvido nos crimes investigados pela Lava-Jato, se torne elegível e deve se candidatar no próximo pleito. Samuel comparou o caso com os diversos presos no ato do 8 de janeiro, que sequer tiveram chance de terem seus casos analisados.
“Não defendo criminoso, mas muitos que estão na cadeia ‘seguiram a manada’, são pais de família que nada tem a ver com a situação e sofrem com uma grave pena. Vemos o que aconteceu na Bíblia, inocentaram Barrabás e condenaram Jesus. José Dirceu é um corrupto declarado e está livre, o que difere ele para esse grupo?”, indagou o deputado.