Em reunião com a bancada do União Brasil da Câmara, o deputado federal Elmar Nascimento comunicou que rompeu relações com o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). O parlamentar baiano articulou sua candidatura à chefia da Casa Baixa na expectativa de receber o apoio de Lira, que acabou optando por Hugo Motta (Republicanos-PB) para ser seu candidato na disputa pela sucessão. As informações são do portal Metrópoles.
“Elmar falou em traição, e nós corroboramos. Vemos com muita surpresa a traição ao nosso líder, que sempre foi aliado do presidente Lira”, disse ao portal o deputado Fernando Marangoni (União-SP). “Entendemos que ele não traiu somente Elmar, mas também o bloco, o nosso partido e o União também. Se Lira não apoia o centro, ele apoiará ou o governo ou a oposição. São dois grupos que não garantem a autonomia da Casa”, completou.
Ao deixar a reunião, Elmar foi questionado pela imprensa sobre como ficaria a situação do PP de Lira no bloco formado com o União, PSDB-Cidadania, PDT, Avante, Solidariedade e PRD. Ele respondeu: “Se o PP quiser sair do blocão, o problema é deles”.
Nesta semana, Elmar parou de atender ligações de Lira. O presidente da Câmara recebeu o líder do União Brasil na quarta-feira passada (4), quando tentou convencê-lo a deixar a disputa. A conversa entre os dois foi dura, pois o parlamentar baiano resistiu aos apelos do então aliado.
A aliados, Arthur Lira disse ter uma relação de muito respeito e até de amizade com Elmar Nascimento, mas ponderou que a escolha para a sucessão à presidência da Câmara passa por vários fatores externos.
Após a conversa com Lira, Elmar procurou Antônio Brito (PSD-BA), um dos seus adversários na disputa pela presidência da Câmara, e fechou uma aliança. O grupo estima ter cerca de 200 votos e pode derrotar Motta e Lira, a depender da posição do PL de Bolsonaro e do PT de Lula.